Por Wladmir Paulino
@wladmir_paulino
“Vamos ter que acreditar nisso, eu acredito porque foram pessoas que me trataram com muito respeito e o resto vai ser resolvido como em vários clubes do futebol brasileiro, que é acionar a Justiça para receber depois”.Julio Cesar
A declaração do goleiro, que constata uma realidade, já foi pesada para o momento. Mas ao mesmo expõe - e sem querer ameaça - de que o fantasma que assombra o Arruda neste momento e na verdade vive em cada canto do clube há algum tempo, deve voltar com força no próximo ano. É só mais uma peça do ciclo vicioso que tomou conta de seguidas gestões: contrata acima do que pode pagar, não paga e o jogador vai embora. A partir do ano seguinte as ações na Justiça do Trabalho avolumam-se.
A cada ação trabalhista segue-se o segundo ciclo. Qualquer valor que o Santa tem a receber é bloqueado. Se existem bens, são penhorados. Com dinheiro bloqueado não consegue pagar as contas atuais e quem não recebe vai fazer a mesma coisa no ano seguinte. É dessa forma que o clube torna-se uma prisão para si mesmo.
Apenas dois dias depois da entrevista do goleiro, foi anunciado que o terreno do centro de treinamento vai à leilão na próxima quarta (22), justamente para garantir a uma ex-funcionária do clube o que ela não recebeu quando deixou o Arruda.
Que o Santa Cruz não tem condições de pagar tudo que deve aos jogadores que deixarão o clube depois da próxima terça (21) todo mundo sabe. O que o clube não deveria abrir mão é de tentar acordos e já incluir esses pagamentos no orçamento de 2018. Um caminho que pode impedir novos bloqueios e permitir aos próximos dirigentes que trabalhem com dinheiro não mão, seja em que quantidade for.