A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) informou que ficou "surpresa" com a suspensão do presidente da CBF, e disse que a decisão foi "injustificável", chamando a postura da Fifa de "manobra política". Del Nero é investigado no caso Fifagate, envolvendo corrupção com a FIFA e prendendo vários dirigentes, entre eles, o ex-presidente da entidade máxima do futebol nacional, José Maria Marín. Por essa razão, Marco Polo não pode viajar para fora do Brasil, sob o risco de ser preso pelo FBI, espécie de Polícia Federal norte-americana.
Confira a nota da FPF
"A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) recebeu com muita surpresa a notícia da suspensão do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, por 90 dias. Período esse em que o mandatário ficará impedido de realizar qualquer atividade ligada ao futebol. O presidente da FPF, Evandro Carvalho, manifesta solidariedade a Marco Polo Dele Nero e informa que nenhum movimento contrário ao presidente da CBF deve ser realizado, já que essa decisão é injustificável e trata-se de uma manobra política da FIFA com o intuito de interferir no processo eleitoral da CBF. 'Pernambuco mantém um alinhamento e sua integral participação junto ao presidente Marco Polo Del Nero', disse Evandro Carvalho."
Entenda o caso
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero foi suspenso nesta sexta-feira (15) pelo Comitê de Ética da FIFA por 90 dias para exercer qualquer atividade relacionada ao futebol. O dirigente também erá alvo da investigação pelo Comitê que considera a sua situação à frente da CBF "insustentável". O vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, vai assumir o cargo enquanto Marco Polo cumpre suspensão.
Conforme anunciou a entidade por meio de comunicado oficial, a decisão foi tomada mediante a solicitação do presidente da Câmara de investigação do Comitê de Ética, que procedeu ao processo formal de investigação a Del Nero, por ter desrespeitado os artigos 83 par.1 e 84 do Código de Ética da FIFA. A proibição poderá ser prorrogada pelo prazo máximo de 45 dias.
Uma investigação sobre Del Nero foi reaberta pela FIFA após documentos e depoimentos serem revelados durante o julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, nos Estados Unidos. A próxima eleição da CBF deve acontecer em abril de 2018. Mas a posse da chapa vencedora ocorrerá apenas no ano seguinte, quando encerra o mandato de Marco Polo. A notícia foi recebida com comemoração pelos torcedores brasileiros. A expectativa dos palmeirenses, por exemplo, é que Del Nero seja punido e afastado do quadro de sócios do clube, time pelo qual ele torce.
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Leia o comunicado oficial da FIFA
"O presidente do órgão de decisão do Comitê de Ética desqualificou provisoriamente o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Sr. Marco Polo Del Nero, por 90 dias. A duração da desclassificação pode ser prorrogada por um período adicional não superior a 45 dias. Enquanto a sua desqualificação estiver em vigor, o Sr. Marco Polo Del Nero não poderá participar de nenhuma atividade relacionada ao futebol nos níveis nacional e internacional. A suspensão produz efeitos com efeito imediato. A decisão foi adotada a pedido expresso do presidente do órgão de investigação da Comissão de Ética, encarregado da instrução formal do procedimento que afeta o Sr. Marco Polo Del Nero, nos termos do art. 83, apdo.1 e art. 84, apdo. 2 do Código de Ética da FIFA."
A CBF não concordou com a posição da FIFA, e disse que confia na correção da conduta do seu presidente. A Confederação ainda disse que decisão não se justifica tendo em vista que até hoje não foi cientificada sobre nenhuma acusação a ele imputada, em procedimento judicial fora do país.
Confira a nota da CBF na íntegra
“A CBF lamenta a decisão da FIFA e considera a manifestação feita nesta quarta-feira (16) como um ato político. A FIFA não apresentou nenhum fato capaz de comprometer o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, o que torna injustificável a atitude por ela adotada. A CBF confia na correção da conduta de seu presidente, a quem deve ser assegurado amplo direito de defesa, uma vez que, até hoje, não foi cientificado de qualquer acusação a ele imputada, em procedimento judicial instaurado no exterior.”
