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História em quadrinhos aborda homofobia no futebol

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 06/06/2018 às 15:31
Foto: Divulgação
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O ambiente hostil do futebol com relação às minorias foi transportado da realidade para a ficção na história em quadrinhos O outro lado da bola, de autoria de Alê Braga e Alvaro Campos e ilustrada por Jean Diaz. O livro narra a saga de um jogador brasileiro fictício chamado Cris que resolve se declarar homossexual depois do assassinato de um ex-namorado. A HQ chega às livrarias neste mês de junho.

Em entrevista ao site oficial da editora Record, que lança o livro, os autores lembraram que nunca um jogador profissional de destaque assumiu a homossexualidade no Brasil. Há sete anos, o jogador de vôlei Michael dos Santos, na época do Vôlei Futuro, assumiu ser gay. Ele foi hostilizado pela torcida adversária dentro do ginásio em uma partida contra o Cruzeiro, na Superliga. Outros fatos não tão gritantes já causaram fortes reações por parte de torcidas.

"Além do protagonista, que assume publicamente a homossexualidade e é condenado por todos lados (clube, patrocinador, imprensa, torcedores e a própria família), o livro tem político que esconde dinheiro no exterior, torcida organizada que vende apoio, jornalista mancomunado com o clube, chantagem com técnico da seleção… Retratos de um país onde tudo é permitido, se for debaixo dos panos, certo?", explicaram.

Braga e Campos acrescentam ainda que os casos de preconceito no futebol são ainda mais fortes do que em outros desportos, citando que os xingamentos utilizados em estádios sempre são machistas e homofóbicos, como se fosse corriqueiro. "As crianças aprendem a xingar nos estádios, com palavras sempre ligadas à homossexualidade. Se hoje a sociedade recebe o tema de uma forma muito mais natural em diversas áreas profissionais, no futebol a situação parece estar décadas atrasada."

Comparando ao preconceito religioso, os autores acreditam que a revelação da sexualidade por parte de um atleta masculino do futebol pode "chacoalhar as estruturas do preconceito". "Se for um craque que traz resultados para o time, aumenta ainda mais a chance de ter um impacto maior nesse preconceito", disseram, associando à forma como o muçulmano Mohamed Salah ajuda na questão da islamofobia.

Mesmo tratando de um tema tão delicado, não acreditam em retaliação quanto ao material publicado, lembrando que toda a história é ficção, desde clube a personagens. "Se sentir ofendido estará assumindo uma similaridade com a ficção. Esperamos que haja, ao contrário, uma reação positiva. O primeiro ídolo e o primeiro clube que encararem algo tão normal como a homossexualidade de um atleta, na nossa opinião, só terão um espaço muito positivo marcado na história do esporte e do país. Aliás, adoraríamos receber de clubes o apoio ao livro e às causas nele retratadas", concluíram.

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