Na hora de analisar seu trabalho na vice-presidência de futebol do Sport, o agora ex-dirigente Guilherme Beltrão aponta a condução da indisciplina de Fellipe e Michel Bastos como seu maior erro. Para ele, quando surgiram os primeiros sinais de que algo não ia bem era hora de agir, o que aconteceu durante a pausa para a Copa do Mundo. O que contribuiu muito para isso, também, foi o fato de ele não estar no Recife. Naquele período, o dirigente viajou a Ásia para visitar a filha. Para ele, o elenco do Sport tem potencial para escapar do rebaixamento e poderia estar numa condição melhor se não fossem algumas vaidades pessoais.
"O maior erro foi não ter tomado a providência em relação a dois atletas antes. Ela aconteceu durante a intertemporada e eu não estava aqui, tive uma viagem que estava programada desde novembro do ano passado".
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O sentimento com a interrupção da gestão é de tristeza porque, na opinião dele, o Sport poderia estar numa posição melhor. Para ele, o time teria capacidade para brigar no meio da tabela e não vê o elenco inferior a Botafogo, América-MG, Vitória, Bahia, Chapecoense, Ceará e Atlético-PR.
"Teoricamente o Sport era para estar disputando a décima, décima-primeira posição. O tempo todo eu disse que nosso campeonato era de manutenção, enquanto os atletas vaidoso diziam pensar em Libertadores. A gente conseguiu montar um time competitivo e algumas vaidades pesssoais terem atrapalhado esse time".
Técnico
A pá de cal é a substituição do técnico Eduardo Baptista, que pediu demissão no final da manhã desta segunda-feira (24). O ex-dirigente explicou que não concorda com o treinador que está sendo costurado para assumir o comando da equipe. Ele não cita o nome, mas trata-se de Milton Mendes, ex-Santa Cruz.
Diante desse impasse, ele preferiu sair. "Desde que Claudinei saiu que um treinador fica se oferecendo, não o conheço, mas sei que ele fica muito tempo parado. Eu disse apenas que esse treinador não trabalharia comigo, nem aceitaria a reintegração dos dois atletas", afirmou, referindo-se ao aproveitamento de Michel e Fellipe entre os relacionados para os jogos.
Questionado se não haveria alguma forma de contornar a situação, Guilherme explicou que a situação já está muito bem encaminhada. Apesar de tudo, ele só tem palavras de elogio ao presidente Arnaldo Barros, a quem afirma ter sido muito leal.
"Não tenho o que reclamar do presidente, de tudo que ele acertou comigo. Foram coisas que fugiram ao controle dele como a situação financeira. Mas ele foi muito leal comigo e fui muito leal com ele".