O técnico do Santa Cruz, Leston Júnior, afirmou que seria justo se o Boca Juniors recebesse o título de campeão da Libertadores sem o segundo jogo da final do torneio. Com o incidente provocado pela violência no último sábado (24), no dia que ocorreria a final da competição, a partida foi adiada para o segundo fim de semana de dezembro, mas ainda sem definição da data - pode acontecer no dia 8 ou 9 de dezembro. Nessa terça (27), a Conmebol decidiu que a partida não será realizada na Argentina, para evitar novos conflitos envolvendo torcedores.
LEIA MAIS:
> Elenco dentro da realidade financeira é maior desafio do Santa Cruz
> “Maior desafio da minha carreira”, afirma técnico sobre trabalho no Santa Cruz
> Técnico do Santa Cruz prega flexibilidade no sistema de jogo
> Leston define Santa Cruz: “um gigante com a torcida mais apaixonada do Brasil”
"Existem valores muito superiores ao futebol, mesmo com a importância da final, não ter o jogo e o título ser dado ao Boca Juniors, até porque no jogo da ida não houve nenhum tipo de incidente dessa natureza, seria uma forma até de premiar o torcedor do Boca pelo comportamento, em detrimento a esse comportamento terrível da torcida do River", opinou Leston Júnior, em entrevista a Maciel Júnior, para o programa Fórum Esportivo, na Rádio Jornal. "Existem valores acima de um jogo de futebol. Não ter outro jogo era a clarividência em relação a isso. Precisa ter um basta, definitivamente", continuou.
Remo x Paysandu
O treinador coral revelou que viveu um momento parecido ao que o time do Boca passou no último sábado. "Eu vivenciei algo bem parecido, em um proporção menor, obviamente, que a final da Libertadores, em minha passagem pelo Remo, em um RE-PA, onde houve um erro no planejamento do percurso que o nosso ônibus faria para entrar no estádio. Passamos no meio da torcdia do Paysandu, e o nosso ônibus foi apedrejado", contou.
Para Leston, a falta de planejamento das autoridades é o principal fator para que esses incidentes ocorram. "Nós somos vítimas disso constantemente aqui no Brasil. Tivemos a felicidade de não perdermos nenhum atleta com uma lesão. Não era um ônibus identificado, mas sabiam (que era o time do Remo). É claro que isso mexe emocionalmente. Eu, particularmente, nunca vivi nada parecido com isso. De estar dentro de um ônibus e o veículo ser apedrejado, e os vidros do ônibus estourando. Fechamos as cortinas para diminuir o impacto. E isso foi um erro de planejamento, mas depois não é culpa de ninguém", finalizou.