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Nova joia do Santa Cruz, João Cardoso também quer brilhar no profissional

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 10/02/2020 às 8:36
Jogador agora almeja marcar o primeiro gol com a camisa tricolor como profissional. Foto: Filipe Jordão/ JC Imagem
Jogador agora almeja marcar o primeiro gol com a camisa tricolor como profissional. Foto: Filipe Jordão/ JC Imagem

Nascido num Estado sem tanta projeção nacional no futebol, Roraima, João Cardoso teve de aprender desde cedo - como tantos outros 'Joãos' espalhados pelo Brasil -, a conviver com a solidão e com a saudade da família para ir em busca do seu sonho: ser jogador profissional. Com apenas 14 anos, o meio-campista partiu para o Rio de Janeiro, onde iniciaria a sua caminhada no futebol nas categorias de base do Botafogo. Mas, no começo, a cidade carioca não foi tão maravilhosa assim.

"Meu pai foi jogador e, depois que parou, sempre ia com ele nos jogos dos veteranos. Era muito apegado a ele na infância. Foi quando ele me colocou numa escolinha, aos sete anos. Mas ele sempre me deixava à vontade, eu era mais um garoto que só queria jogar bola. Mas tudo mudou mesmo aos 14 anos, quando vi vários meninos da minha cidade indo embora para jogar futebol. E eu queria também, pois não tem muita gente para nos olhar e levar para outro lugar. Tive uma oportunidade quando me destaquei na Copa Roraima, competição organizada pela escolinha do professor Marquinhos. Esse torneio é bem conhecido lá na cidade e um olheiro me viu, gostou de mim e me indicou para o Botafogo. Não pensei duas vezes em ir", contou João Cardoso, revelando as dificuldades que passou no início. "Foi a fase mais difícil da minha vida. Porque sair de casa aos 14 anos não é fácil. Minha mãe me apoiou, mas estava preocupada. No começo não fiquei morando no clube... Morei com uma pessoas que nem meus pais e nem eu conhecia. A dificuldade era grande. Naquela época, minha família estava passando por um aperto financeiro e, mesmo quando faltava alguma coisa (no Rio de Janeiro), não falava porque não queria fazer a minha mãe sofrer", relatou.

Nesses momento de dificuldades, por vezes, João Cardoso pensou em largar o sonho pelo caminho e voltar para o aconchego de casa. "Toda noite chorava e queria voltar para casa. Minha mãe queria que eu voltasse também, mas o que me fez ficar e não desistir foi o meu pai e amigos. Eles sempre me falavam que esse sonho não era só meu, mas de todos eles que não tiveram a oportunidade que tive de treinar em um grande clube. Isso me fez aguentar e perceber que valia a pena passar por todos os obstáculos. Damos mais valor quando conquistamos as coisas no futuro", apontou.

Mesmo sendo titular do Botafogo nas categorias sub-14, sub-17 e sub-19, o meia acabou sendo dispensado do clube carioca no início do ano passado. O que acabou forçando o seu retorno à cidade natal. "Não guardo mágoa do Botafogo, muito pelo contrário, sou grato. Aprendi muito lá, pois o clube tem uma filosofia boa de futebol. Fiz o possível para ficar no clube, mas não consegui", relembrou. O curioso é que acabei voltando para minha cidade só para me preparar para quem sabe ir para outro clube. Não queria ficar em Roraima. Mas o acerto estava demorando muito e acabaram me chamando para jogar no São Raimundo. No começo não via com bons olhos, mas o treinador me conhecia e conhecia o meu pai e acabou me dando oportunidade no grupo profissional. Meu primeiro jogo após sair no BID já foi na final do Estadual, estava sem ritmo, gordinho e ainda assim consegui fazer o gol do título. Só depois vi o quanto valeu a pena jogar pelo São Raimundo. Me deu visibilidade", contou.

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A prova foi tanta que, após conquistar o título pela equipe roraimense, surgiu a oportunidade de acertar com o Santa Cruz. "Acabei trocando de empresário e, logo, ele me indicou para o sub-23 do Santa Cruz. Antes mesmo de vir, já imaginava como seria o clube... Sabia como a torcida era apaixonada e fanática. Sempre me pegava pensando no Arruda lotado, que deveria ser coisa de outro mundo. Por isso não pensei duas vezes", declarou João Cardoso, que mesmo sem ainda ter estreado pelo time profissional do Tricolor, já deixou uma boa impressão para a torcida coral, sendo fundamental na excelente campanha da equipe na Copa São Paulo de Futebol Júnior. "Sempre busco fazer o melhor. Fiquei feliz por ter conseguido fazer três gols e dar três assistências nas três partidas que disputei na Copinha. Infelizmente acabei sofrendo uma lesão muscular e não joguei contra o São Paulo. Fiquei triste porque o jogo foi televisionado nacionalmente e era a oportunidade de todo o Brasil me conhecer", lamentou o meia.

 

 

A boa performance na Copinha, porém, encheu os olhos de Itamar Schulle, que imediatamente o requisitou para se integrar ao elenco profissional. "Estou louco para que Schulle me veja treinando para me relacionar para um jogo e, quem sabe, fazer minha estreia pelo time principal do Santa", desejou João Cardoso, para depois revelar que em pouco tempo de clube, vem desempenho uma nova função. "Cheguei aqui jogando de ponta, mas na Copinha acabei jogando de meia. Sou muito ofensivo e não gosto de jogar para trás. Procuro dar o passe sempre para frente. Tenho um passe bom e, como joguei de ponta, era muito forçado a ir para o embate no um contra um. Por isso, acabei adquirindo drible e velocidade", disse o meia, apresentando ao torcedor.

 

 

Nos bastidores do Arruda, João Cardoso é tratado com uma joia do clube e, alguns, chegam a apontar uma semelhança de característica com outro João que ganhou a idolatria da torcida tricolor. "João Paulo é um jogador que admiro muito. Acho que o que falta em mim para ficar mais parecido com ele é a raça. Preciso me inspirar nele. Foi assim que ele conquistou a torcida do Santa Cruz, com muita qualidade técnica, mas sempre aliada com a raça em campo. Ser comparado ele e falarem que posso ser o novo João Paulo é uma honra. Vou trabalhar bastante para que isso possa acontecer", garantiu.

OBJETIVOS

Como o Santa Cruz terá dois jogos em 48 horas (terça-feira, o Salgueiro, pelo Campeonato Pernambucano; e ABC, na quinta-feira, pela Copa do Nordeste, ambas no estádio do Arruda), João Cardoso está na expectativa de ser relacionado para uma das partidas e, quem sabe, fazer sua estreia pelo profissional da equipe coral. "Estou realizando um sonho (jogar num clube grande como o Santa). Esse é o primeiro passo. Quero mais. Quero ficar na história do clube, conquistar o título Estadual, da Copa do Nordeste, o acesso à Série B. Sonho alto e quero ficar marcado no clube", finalizou.

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