A ideia proposta pela Fifa de permitir até cinco substituições nos jogos de futebol realizados até 31 de dezembro de 2020 foi amplamente aprovada pelos treinadores do Náutico, Santa Cruz e Sport. A decisão tomada em virtude das possíveis consequências que a pandemia do novo coronavírus vai trazer para o calendário do futebol foi recebida com entusiasmo pelos técnicos Gilmar Dal Pozzo, Itamar Schulle e Daniel Paulista, que acreditam que a possibilidade vai trazer uma série de benefícios para os times.
"Acho que essa mudança vem para ajudar, é uma possibilidade a mais que os treinadores podem encontrar para fazer mais alterações dentro dos jogos com maiores possibilidades de mudanças táticas e de postura da equipe. É lógico também que há a questão de desgastes, de colocar mais atletas para jogar, acho que isso é extremamente importante, principalmente no reinício do futebol, onde a gente vai precisar dar ritmo de jogo aos atletas, então é muito importante", avaliou o técnico do Sport, Daniel Paulista.
O discurso do treinador do Sport foi corroborado por Gilmar Dal Pozzo. O comandante do Náutico revelou que os técnicos receberam a notícia com entusiasmo. “Esse novo regulamento vai contribuir muito para o futebol. Os técnicos ficaram felizes com essa decisão, porque vão ter a possibilidade de valorizar mais o plantel de jogadores, dá oportunidade de fazer mudança tática com mais opções, é interessante para os técnicos, nós temos que nos adaptar e aproveitar essa nova regra. É dessa forma que recebemos essa notícia muito boa para o futebol mundial", declarou Dal Pozzo.
A principal motivação da Fifa em propor duas substituições a mais nos jogos é devido a sequência de jogos que os times devem enfrentar com o retorno do futebol, proporcionando assim preservar mais os atletas. Além de poupar os jogadores e permitir mais possibilidades para os técnicos mudarem taticamente as equipes, Itamar Schulle acredita que a mudança também vai ser positiva para valorizar mais o elenco dos times, deixando os jogadores mais motivados.
"Eu vejo que pelo momento que nós passamos vai ser muito bom. Acredito que essa mudança também motiva ainda mais o atleta. Anteriormente se usava 14 jogadores no máximo por jogo, agora podemos começar a usar até 16 atletas, isso vai fazer com que os atletas busquem mais, trabalhem mais, porque vai haver uma possibilidade maior de participar da partida. E para nós treinadores é importante porque nos dá um parâmetro maior daquilo que pensamos para o jogo", explicou o treinador do Santa Cruz.
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ADAPTAÇÃO
Apesar da possibilidade de ter mais substituições nas partidas ser vista como positiva para o futebol, os treinadores do Trio de Ferro defenderam que os times vão precisar de um período para se adaptar a nova regra. Isso porque, de acordo com a International Board (IFAB, na sigla em inglês), as cinco alterações só poderão ser realizadas pelos técnicos em três momentos dos jogos, com o objetivo de evitar mais paralisações durante os 90 minutos.
"É lógico que vamos precisar de um período de adaptação dessa norma, já que não são cinco substituições em qualquer momento, são apenas três momentos para isso. Então vamos precisar de um período para se adaptar e saber o momento apropriado para fazer,, por exemplo, duas alterações de uma vez, então é uma ferramenta que vai aumentar as condições do treinador de mudar a partida", ressaltou o treinador do Sport.
AUTORIZAÇÃO
Mesmo com a autorização da Fifa e do aval da International Board, a implementação da nova regra vai depender das entidades que organizam as competições, no caso do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para o presidente do Náutico, Edno Melo, a efetivação das cinco substituições nos jogos do futebol brasileiro deve acontecer sem maiores problemas, tendo em vista também que a ideia ganhou o apoio da maioria dos cubes e treinadores.
"Eu acredito que não vai ter problema em ser instalado no futebol brasileiro, uma vez que os times vão jogar as competições em um intervalo de 48h para cumprir o calendário até o final do ano. Isso vai dar um refresco maior ao elenco. Se sabe que um jogador entrando faltando 20 min consegue mudar o jogo, reverter um resultado. Acho muito válido. Acho que isso não vai ter problema nenhum em ser aprovado aqui também", analisou o presidente alvirrubro.
