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Emoção à flor da pele na primeira vez no estádio

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 05/07/2020 às 12:31
O jogo aconteceu no Arruda. Foto: RODRIGO LOBO/ACERVO JC IMAGEM
O jogo aconteceu no Arruda. Foto: RODRIGO LOBO/ACERVO JC IMAGEM

A primeira vez no estádio é algo que se entrelaça com o meu antigo sonho de trabalhar no jornalismo esportivo. A vontade começou aos 13 anos de idade, sem nunca ter pisado em um estádio de futebol. Ir aos jogos não fazia parte da minha rotina, enquanto filha de pais que não acompanham o desporto. Felizmente, há oportunidades únicas que nem eles conseguiam rejeitar. Foi a volta da seleção brasileira ao Recife, depois de vários anos longe da torcida pernambucana.

O ano era 2009 e eu, aos 16 anos, me preparava para deixar o Brasil por um tempinho. Então, não podia perder a chance. Na época, mantinha um caderno com todas as escalações da seleção em qualquer jogo que fosse, de Copa do Mundo a amistoso. Seria a realização de um desejo antigo e foi fácil convencer meus pais, pois meu irmão e minha prima também entraram na missão.

Queríamos ir para as arquibancadas inferiores. Minha mãe trabalhava perto do estádio dos Aflitos, um dos pontos de venda. Quando chegou sua vez na imensa fila, só restavam bilhetes para a superior. Não importava, íamos onde fosse. Ainda lembro os preços dos ingressos. Meia R$ 25 e inteira R$ 50 (de acordo com a calculadora do cidadão, do Banco Central, os valores corrigidos são R$ 48,71 e R$ 97,42, pelo IGP-M).

Separamos as camisas, acessórios e tintas para pintar o rosto. O dia parecia não passar, mas a hora de ir para o Arruda finalmente chegou. O tempo ameaçava chover. Nunca tínhamos ido ao estádio, logo levamos água, biscoitos e sombrinhas. Ao estacionar perto do bloqueio, decidimos deixar a bolsa no carro. Ninguém queria carregar nada, levamos só a água. Andamos até o estádio e o encantamento ali era pela confraternização entre os brasileiros e alguns paraguaios que caminhavam junto.

Na entrada foi preciso deixar a água. Uma cena me marcou. Até hoje muito se repete sobre os cuidados com a compra dos ingressos. Um menino, de 9 ou 10 anos e cabelinho de cuia, chorava copiosamente e pedia ao segurança que "por favor, por favor" o deixasse entrar. O pai parecia envergonhado. Eu e minha família entramos. O garotinho, não.

Selfie em estádio já era tendência em 2009. Foto: Acervo pessoal

Esta parte é um relato da minha mãe, já que eu não sou capaz de observar meu próprio rosto sem um espelho. Diz ela que fiquei boquiaberta ao subir as escadas e finalmente me deparar com o gramado, fascinada pela imponência do estádio do Arruda. Não é para menos, era o meu primeiro jogo. Escolhemos um lugar, tiramos fotos e a chuva forte começou a cair. E quem se importa? O importante era a bola rolar.

O céu deu uma trégua e o jogo começou. O Paraguai abriu o placar com aquele que era tratado como o terror dos adversários. Mas Cabañas não percebeu que a torcida já havia tomado um banho frio. A empolgação continuou nas arquibancadas e, finalmente, no final do primeiro tempo pudemos comemorar o primeiro gol, de Robinho. Nilmar virou para o Brasil no segundo tempo e saímos vencedores.

E se, hoje, eu fechar os olhos, consigo relembrar daquela noite perfeitamente. Geralmente, é só futebol mesmo. Mas o deslumbre transforma o esporte em memórias grandiosas, como aquele que seria apenas mais um jogo da seleção brasileira. Para mim, foi o meu jogo do Brasil.

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