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Biometria é bem-vinda, mas clubes cobram mais ação do poder público contra uniformizadas

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Publicado em 25/08/2020 às 19:49
Circuito interno dos Aflitos mostra o momento da invasão de membros de uniformizada do Sport
Circuito interno dos Aflitos mostra o momento da invasão de membros de uniformizada do Sport

De tempos em tempos, a violência vinda das ações das uniformizadas aterrorizam a população, trazem prejuízos aos clubes, aos municípios e ao estado de Pernambuco. No sábado (22) e na segunda-feira (24), episódios lamentáveis aconteceram envolvendo facções que se dizem torcer por Náutico e Sport. O Alvirrubro teve a sede depredada no fim de semana, poucas horas após o jogo contra o Juventude, pela Série B. E no começo desta semana, na avenida Conde da Boa Vista, um confronto em plena luz do dia pôs em risco a vida de centenas, até milhares de pessoas que circulavam por uma das mais importantes vias da área central do Recife.

Como forma de tentar coibir a ação destes vândalos que mancham a prática do futebol, pode ser implementado um cadastro biométrico dos torcedores para estádios com capacidade acima de 10 mil pessoas em Pernambuco, já que o Juizado Especial do Torcedor (Jetepe) e representantes da Polícia Militar e Civil têm sugerido ao governo tal medida como lei para auxiliar neste combate à violência que está acima do esporte.

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Náutico

Com a possibilidade de se implementar essa biometria, o Náutico avalia que qualquer ação em torno de coibir a ação das organizadas como válida. Porém, não acredita que será completa caso esse problema causado pelas facções não seja tratado dentro da esfera de segurança pública, por ter extrapolado a do futebol.

"Toda ação que for feita no sentido de promover segurança ao evento futebol, ela é bem-vinda. Contudo, a situação que eu particularmente vejo, é que o assunto torcida organizada deixou de ser um assunto do futebol. Ele é um assunto de segurança pública. Houve confronto de torcida sábado passado (22), o Náutico foi completamente vítima, teve  a sede invadida, depredada, em uma confusão que começou na rua duas horas após terminar o jogo. E isso se repetiu ontem (segunda-feira, 24) no centro da cidade, longe de qualquer um dos estádios", avaliou o vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga.

Para o dirigente alvirrubro, a responsabilidade das agremiações aqui em Pernambuco sobre tais casos não é suficiente para coibir a violência. Por isso a cobrança por ações através do poder público para que o cenário que o estado sofre hoje, venha a ser solucionado. "É muito claro que deixou de ser um problema do futebol, uma responsabilidade dos clubes. Eles têm a responsabilidade de gerir seu patrimônio, gerir sua segurança, mas esse problema extrapolou a esfera dos clubes. Virou um assunto de segurança pública e é assim que ele tem que ser encarado. Enquanto for encarado com um problema ligado ao futebol, ele não vai ser resolvido. Ele só vai ser resolvido se for encarado como um assunto de segurança pública e se entender que confronto de rua é caso de polícia, não é caso de clube. Agora, claro que qualquer tipo de controle de acesso aos estádios é bem-vindo", pontuou.

Santa Cruz

O Santa Cruz também já viveu cenas de depredação e violência envolvendo uniformizadas, entre a que se declara torcedora do clube, quanto com a de rivais, assim como os rivais do Trio de Ferro também sofrem com isso. Na visão do Tricolor, a implementação da nova legislação é um bom passo para aumentar a segurança em torno dos jogos de futebol no estado, contribuindo para que os torcedores voltem a frequentar os estádios em maior número.

"Toda lei é importante. Se colocada em prática acredito que deixaria o estádio mais seguro. As famílias se sentiram mais seguras para irem ao estádio, além da sensação de segurança. Isso certamente aumentaria o público nos estádios. Poderíamos conseguir levar os patrocínios e muitas outras coisas viriam a reboque. A lei aceleraria esse processo de colocar a biometria nos estádios para diminuir a incidência de violência, não só dentro, mas também nos arredores. Não é só a briga em si, mas acabar também com a sensação de que a qualquer momento vai ter confusão. O torcedor precisa se sentir mais seguro para participar mais do futebol", falou o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior.

Um dos entraves que se pesam na implementação deste serviço vem do valor a ser desembolsado. Porém, para o mandatário coral, havendo uma parceria entre clubes e o Estado, é possível arcar com este investimento, que gera um retorno ainda maior do que estar, constantemente, reparando o que foi destruído por integrantes de organizadas. "Acho que o custo não é elevado, pois a tecnologia avançou muito. Quanto se gasta com as depredações dos ônibus? No grande efetivo em um jogo? Quando se fala em investir em segurança está se visando em diminuir um custo lá na frente. Se dividir isso entre clube e poder público, temos condições de fazer isso. Não é tão caro porque as tecnologias avançaram muito nos últimos anos. Agora quem vai pagar a conta é sentar e conversar", acrescentou.

Sport

Uma das uniformizadas envolvidas nos atos de barbárie dos últimos dias é declarada torcedora do Sport. Ela protagonizou a depredação da sede do Náutico e participou do confronto na avenida Conde da Boa Vista. E esta mesma facção também foi intimidar os jogadores do Rubro-negro na chegada ao Aeroporto dos Guararapes na última semana, depois de vir de derrota para o Vasco e empate com o Atlético-GO. O clima ficou tenso, com jogadores acuados diante de cobranças pesadas, incluindo diversos xingamentos de forma agressiva.

O Sport chegou a emitir uma nota sobre o caso, afirmando que estranhou o ato e o rechaçava.  Também declarou apoio aos jogadores e disse que tomaria medidas para garantir maior segurança ao elenco, contando com o apoio da Polícia Militar e do Estado.

Até a publicação desta matéria, a reportagem do Jornal do Commercio não teve o contato respondido por parte do Sport para opinar sobre a implementação da biometria em Pernambuco.

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