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Violência de organizadas pode gerar 12 óbitos no País em 2020

Luana Ponsoni
Luana Ponsoni
Publicado em 25/08/2020 às 15:23
Torcidas organizadas em confusão no Centro do Recife. Foto: REPRODUÇÃO
Torcidas organizadas em confusão no Centro do Recife. Foto: REPRODUÇÃO

O Campeonato Brasileiro está apenas na quinta rodada e duas mortes já foram registradas após brigas entre torcidas. Em 2019, ao longo da competição nacional, ocorreram nove óbitos e três estão em investigação de acordo com o sociólogo Maurício Murad. “Podemos chegar a 12, o que é uma média alta”, analisa o pesquisador que há 30 anos estuda o comportamento e a violência entre os torcedores de futebol.

“Precisamos de um plano estratégico com ações de curto, médio e longo prazo. Ele deve envolver repressão, prevenção, educação e a criação de uma cultura de paz, na qual se veja o time contrário como adversário, e não um inimigo a ser aniquilado”. Entre as medidas elencadas, a criação de um disque-denúncia especializado, monitoramento das redes sociais, campanhas com ídolos do passado e do presente e inteligência para identificar e punir os bandidos.

INFILTRADOS

Professor aposentado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Murad alerta que grupos criminosos infiltraram-se nas torcidas organizadas, assim como em outras manifestações populares que reúnam multidões. “São minorias violentas e cruéis, cerca de 5% dos integrantes dessas associações, que precisam sofrer a mão dura do Estado. O cidadão não pode perder o direito ao lazer e ao ir e vir, ficando à mercê dessa turma que tem armas e drogas. É preciso separar o joio do trigo”, aponta, criticando as políticas paliativas das autoridades, como adotar torcida única ou dissolver as facções organizadas. “Em 94% das vezes, os conflitos ocorrem longe dos estádios. Agora, com a pandemia [de covid-19] nem há público, mesmo assim as tragédias seguem ocorrendo entre jovens na faixa etária dos 16 aos 2.5.

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