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Após início difícil no Santa Cruz, Didira voa alto e tem sido maestro do time na busca pelo acesso

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 29/10/2020 às 17:16
Didira era um dos mais experientes jogadores do Santa Cruz. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Didira era um dos mais experientes jogadores do Santa Cruz. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Desde que chegou ao Santa Cruz, Didira está provando a cada partida que não é um jogador caseiro... E que só rende em clubes do seu Estado. Natural de Arapiraca, cidade que localizada a pouco mais de 131 km da capital Maceió, o meio campista de 32 anos atuou grande parte de sua carreira por apenas dois times: ASA e CSA, conquistando títulos Estaduais, Campeonato Brasileiro da Série C e também acessos de divisão. Feitos que ele também quer atingir aqui no Recife, com a camisa do Tricolor do Arruda. E, mesmo em uma temporada atípica, com a paralisação das competições por cerca de cinco meses devido à pandemia do novo coronavírus, o rendimento de Didira se manteve em um nível alto. Mesmo não carregando nas costas a número 10, entregue normalmente ao principal articulador de jogadas do time; com a camisa 19, o meia vem conduzindo a equipe coral com maestria.

"Momento muito bom que estou vivendo. Fico feliz por isso. Sabemos que não é fácil, por tudo o que vivi no começo do ano, mas estamos no caminho certo. É seguir se dedicando, trabalhando forte para não deixar o rendimento cair. Não se pode deixar subir para a cabeça, pois sabemos que é uma fase, um momento bom... Temos de aproveitar e seguir fazendo o melhor em campo", frisou Didira, para depois falar sobre essa fama de só jogar em gramados alagoanos. "Recebi a proposta e fiquei muito feliz. Sentei com minha esposa e vimos essa possibilidade de mudar um pouco as coisas. Por ser um clube de tradição e já ter alcançado muitas coisas, acertamos com o pensamento positivo de fazer um bom trabalho para abrir portas e tirar um pouco do foco do que as pessoas pensam e falam de que só joguei em Alagoas. Mas, às vezes, você recebe a proposta e não gosta e as pessoas pensam de outra forma. O que importa é que estou bem aqui no Santa Cruz, feliz e fazendo um grande trabalho", contou o meia, em entrevista exclusiva a reportagem do Jornal do Commercio.

A excelente fase do meio-campista coral pode ser traduzida em números. Dos 44 gols marcados pelo Santa Cruz em 2020, o camisa 19 participou diretamente de 11 (cinco gols e seis assistência), ou seja, 25% gols gols passaram pelos seus pés. Momento semelhante que o jogador já vivenciou em outro ano da carreira e que colheu frutos positivos. "Tive um momento muito bom em 2018 (no CSA). Passei algo assim como passo hoje. Agradecer a Deus por isso e aproveitar esse momento de confiança, que pra mim é fundamental. Mas não deixo subir a cabeça. Mantenho os pés no chão e a cada dia busco melhorar mais. Treino a cada dia mais puxado e a cada jogo busco ser melhor que o anterior, pois dessa maneira é que vou alcançar os meus objetivos e o que eu quero almejar lá na frente, no futuro. Quando vocês tem uma certa idade pensamos diferentes. Procuro me dedicar mais e mostrar que as coisas são diferentes", declarou.

Mas o início no novo clube e na nova cidade não foi fácil. Logo nos primeiros dias de pré-temporada no Santa Cruz, Didira acabou passando por dias difíceis em sua família. Com o seu pai acometido por problemas de saúde, o meia recebeu autorização da direção do clube para retornar à Arapiraca, sua cidade natal, e ficar o tempo necessário para auxiliar na melhora do pai. Porém, ao contrário do que foi especulado na época, em nenhum momento o meia pensou em rescindir com o time pernambucano. "Não pensei nisso. Até porque o clube sempre esteve ao meu lado, se preocupando comigo e ainda se preocupam. Agradeço pelo que fizeram por mim e pela minha família. Foi um momento complicado, mas meu empresário e minha esposa sempre passando coisas boas pra mim, minha cabeça estava tranquila e só queria resolver aquela situação e voltar para cá (Recife) focado para ajudar o grupo. E foi o que aconteceu", comentou.

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Diante desse problema extracampo para solucionar, o camisa 19 coral reconhece que sofreu nos primeiros meses para poder se adaptar à nova casa, mas que encontrou no Santa uma nova família. "No começo foi um pouco difícil a minha adaptação. Mas ao longo do trabalho e convivendo com pessoas boas e que tenho carinho imenso... Jogadores, comissão técnica, a que estava antes e essa que chegou, todos foram fundamentais para essa adaptação. Hoje, graças a Deus, estou tranquilo e bem adaptado. Meu pensamento é diferente e tenho certeza que estou no caminho certo. Com o apoio de pessoas que pensam da mesma forma", disse.

GRUPO FECHADO

Especialista em acessos, já que conquistou três pelo CSA (saiu da Série D à Primeira Divisão), Didira encontra semelhanças entre o elenco tricolor e os grupos vitoriosos que defendeu no time alagoano. "É um grupo sensacional. Já passei por vários lugares com grupos bons e, o último, foi o do CSA que conquistamos o acesso à Série A. E hoje vejo que esse grupo do Santa Cruz da mesma maneira que era no CSA. Tenho certeza que vamos alcançar os objetivos porque a união de todos, não só no campo como fora também, é muito grande. Sabemos quando tem um grupo assim que vai alcançar os objetivos, pois os jogadores que jogam estão felizes e quem busca o seu espaço também está feliz. Quem entra ou quem sai reage da mesma maneira. Então, quando tem um elenco desses, a tendência é que consiga vencer. Independente da situação que estamos passando (salários atrasados), somo um grupo de homens e um grupo de jogadores que estão focados no que quer. Vamos lutar a cada jogo para poder chegar no final e conquistar o acesso", garantiu.

De contrato renovado até o término da Terceirona e, em seguida, renovação automática até o final de 2021, o meio-campista coral acredita que isso é um reconhecimento pelo bom futebol apresentado com a camisa do clube e que existe uma confiança no seu trabalho para conquistar o retorno à Segunda Divisão. "Quando se renova um contrato é a mostra de que está fazendo por onde. Que tem respeito e carinho pelas pessoas. O meu objetivo é esse, não só eu como todos que estão aqui pensam dessa forma... De buscar o acesso. Tem muita coisa ainda para acontecer, mas estou feliz e tranquilo com essa renovação até o término da Série C e mais um ano de contrato. Agora é pensar alto, buscar coisas grande e esse grupo também pensa assim. Temos de lutar mais, treinar mais e buscar mais para que possamos dar essa alegria para a nossa torcida, que tanto merece", prometeu Didira.

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