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Marivaldo celebra prêmio da Fifa e levanta chance de andar para ver jogo do Sport em outro estado: "por quê não?"

Klisman Gama
Klisman Gama
Publicado em 17/12/2020 às 18:59
Torcedor rubro-negro foi vencedor do prêmio Fifa Fan Award 2020. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Torcedor rubro-negro foi vencedor do prêmio Fifa Fan Award 2020. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

Marivaldo Francisco da Silva fez história. Tudo isso, sem a menor intenção de conseguir algum reconhecimento. Tudo por amor ao Sport Club do Recife. Aos 42 anos, ele se sente realizado ao sair vencedor do Fifa Fan Award 2020. Representou o Leão para o mundo com uma atitude que, para ele, era algo simples: ir assistir ao Rubro-negro jogar na Ilha do Retiro, independente de onde partisse. Começou a tradição quando morava em Olinda mas, a partir de 2017, quando se mudou para Pombos, cidade na Zona da Mata pernambucana, virou “lei”. Todo jogo no Recife, fazia esse trajeto a pé.

“Eu sempre morei aqui em Olinda, e eram 1h30 de caminhada, pertinho. Aí, quando cheguei em Pombos, muita gente tem carro e não gosta de dar carona. Foi quando olhei , conversei com Deus e disse assim: Eu tenho duas pernas, tenho saúde, tenho disposição, e a partir de hoje não deixo de ir para jogo. Desde 2017 não deixei mais de vir para um jogo”, disse à reportagem do Blog do Torcedor e Jornal do Commercio.

Marivaldo se mudou para Pombos a pedido da sua mãe, já idosa, para fazer companhia a ela. Então ele deixou Olinda e o trajeto de 1h30 para ver os jogos do Leão, passando a fazer um percurso de 10h30. Caminhada que não foi nenhum empecilho para o aficionado. Inclusive, na nova cidade, recebeu apoio e começou a ganhar uma certa fama. Não só lá, como na Ilha do Retiro também.

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"A primeira caminhada minha, quando cheguei, foi quando o pessoal de Pombos me deu assistência. Biscoito, água, parava o carro, tirava foto. E quando cheguei aqui na Ilha, uma emissora me entrevistou. E o repórter até perguntou: ‘Marivaldo, essa caminhada é promessa?’. Eu disse que não. Promessa não é, porque o mesmo Deus que é dele, é o mesmo que o meu. Então não existe promessa para isso. E outra, se fosse uma promessa, eu faria depois que eu ganhasse, não antes do jogo", falou.

“Um colega meu já tinha falado com a Globo, e quando cheguei aqui chamaram repórter, que ou fazia de conta ou estava na correria, porque era um clássico, e no final eu disse que deixasse para lá. Não filmaram. Depois de três a quatro caminhadas, foi quando fizeram a matéria saindo da minha casa até a Ilha do Retiro. Eu mesmo, matematicamente, nunca contei (para quantos jogos fui). Mas teve um repórter da Uol, em São Paulo, que fez os cálculos que foram 101 jogos e seis mil quilômetros caminhados. Só que também teve vezes de eu pegar carona ou voltar andando”, acrescentou o leonino.

Conquista de todos

Marivaldo foi nomeado pela Fifa e ganhou o prêmio, que veio através da votação popular. A partir daí, ele fez questão de dividir os méritos pela conquista. Agradeceu aos torcedores do Sport, de outros clubes e demais que o escolheram no site da Fifa. Também à imprensa, que contou a sua história nos mais diversos veículos de mídia, aos funcionários do Sport que estiveram dando suporte, desde antes da “fama”, quando chegava a pé para ver os jogos, e os que deram suporte para a premiação. Ele não quis os méritos somente para si, mesmo sendo dele a grande demonstração de amor pelo Sport que lhe rendeu o reconhecimento internacional.

“Essa vitória minha é como eu digo, não foi minha, foi nossa. Porque não existe eu sem o voto de todos que votaram em mim. E tenho comigo que quem me indicou à Fifa foi Deus. E como ele indicou, não poderia terminar sem o prêmio, que iria consagrar todo o sacrifício dos repórteres, pessoas de marketing, comunicação do Sport, pessoas da própria entrada da Ilha do Retiro. Todos se empenharam ao máximo e todos tivemos a graça de concluir com a vitória, que é muito importante para o Sport, para mim, para meu município, que é Pombos, para Pernambuco e o Brasil”, explicou o rubro-negro.

Caminhar até outro estado?

Agora bastante conhecido dos torcedores e também na cidade de Pombos, Marivaldo afirmou que já recebeu promessas de caronas para a Ilha do Retiro, na volta da torcida aos estádios após a pandemia. Porém, outros questionamentos surgiram. Ele toparia ir a pé para outro estado para acompanhar o Sport? Ele disse que sim, mas aí tem que equilibrar as despesas. Caso alguém o patrocinasse, por quê não?

“Continuar caminhando como sempre fiz, não vou dizer que vou. Até porque vai ter sempre gente insistindo sempre para vir de carro. Mas eu não duvido que eu, no dia que eu possuir meu carro, resolver deixá-lo em casa e dizer: hoje vou à Ilha a pé. Não duvido. E digo hoje, não duvido ir daqui para outro estado ver o Sport jogar. Já me perguntaram se eu sairia daqui para São Paulo ver o Sport jogar. Eu disse: ‘Eu sairia. Quer bancar a despesa?’, e aí disseram que não. Porque de Pombos para Recife gasto dois pacotes de biscoitos e seis garrafas d'água. Daqui para São Paulo, se eu inventasse de ir, teria que dormir, renovar a matéria, para no outro dia continuar a caminhada. Então não é 10h30 como ando. Teria que passar dias caminhando, e não tenho nem ideia de como chego a São Paulo”, acrescentou.

“Então o Sport não tem limites, é a minha razão de viver. Sou Sport desde o ventre da minha mãe, não é de agora. Meu pai, em Bezerros, criou o Sport Club Bairro Novo, onde a gente morava, que fez tanta história quanto o nosso Sport Club do Recife. E essa paixão é de longo tempo, não tem como acabar. E é como digo, em todas competições, entro para ser campeão”, finalizou Marivaldo.

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