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Quando será que teremos o fim do racismo no esporte?

Marcelo Cavalcante
Marcelo Cavalcante
Publicado em 22/12/2020 às 10:33
Gerson acusa o colombiano Índio Ramirez de cometer racismo. Foto: Jorge Rodrigues /Estadão Conteúdo
Gerson acusa o colombiano Índio Ramirez de cometer racismo. Foto: Jorge Rodrigues /Estadão Conteúdo

O futebol tem uma comunicação forte e universal.  Faz um teste simples: viaja para uma cidade de outro estado, veste a camisa do teu clube e anda pelas ruas tranquilamente. Duvido que alguém não fale do seu time. Nem que seja para tirar uma onda.

Ao longo dos anos, o futebol mostrou sua força. As Copas são emblemáticas. Mussolini fez da Itália bicampeã usando a nefasta marca do fascismo. Em 70, o Brasil encantou no campo, enquanto o Governo usava esse brilho para ofuscar o sórdido tempo da ditatura. Oito anos depois,  a Argentina fez algo semelhante quando sediou o mundial e levantou o caneco. As décadas de 80 e 90 foram o início de uma mercantilização da Copa, com contratos milionários de exclusividades e outras ações.  Nos últimos anos, o mundo virtual ganhando força.

Tudo isso para falar de algo que está me incomodando bastante: o racismo. Os casos que estão surgindo são absurdos. Não dá para aceitar. Segundo o jornalista Marcelo Barreto, da SporTV, já foram registrados 28 casos de racismo nessa temporada. Número gigante levando em consideração, principalmente, porque passamos alguns meses sem jogos por conta da pandemia.

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Mas, acreditem, existe ainda algo mais agravante do que puramente o racismo no futebol. Está na mentalidade equivocada de alguns atletas de que a indignação de quem sofre o racismo seja um ato de vitimização. Sinceramente, isso dói os ouvidos.  O ex-volante Vampeta concedeu uma entrevista minimizando o caso do meia do Flamengo, Gérson, que acusou o meia do Bahia, Ramirez, de um ato racista. "Futebol está cheio de mimimi", disse Vampeta.

Vampeta, meu caro, na boa... é melhor o seu silêncio. Não quer combater um crime no esporte, não quer se indignar com algo que atrasa nossas vidas, fica calado.

Mano Menezes também foi outro que deu mau exemplo. Quando Gérson se revoltou e reclamou com a arbitragem, o ex-treinador do Bahia acusa o jogador de querer fazer malandragem. Treinador malandro, que quer ganhar tudo no grito, até quando estamos tratando de algo social, de humanidade. Se toca, Mano.

Está na hora do mundo esportivo brasileiro parar tudo e fazer uma avaliação. Racismo é crime. E crime não tem a ver com o esporte.

No caso do jogo Flamengo x Bahia, Gérson acusa e Ramirez nega. Mas é importante observar a reação das pessoas que estão ao redor também. Mano e Vampeta são aqueles exemplos ruins que existem para mostrar que o racismo existe e que vai ser uma batalha a ser vencida com muita união de quem quer ver um mundo igual para  todos.

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