Candidato no Sport, Belém quer implementar novo modelo de gestão
Alguém tem notícia sobre a eleição do Sport? Não, ninguém tem. No início da semana, em entrevista concedida ao Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, o presidente Carlos Frederico revelou que seria divulgada a data da tão esperada eleição. E, até agora, nada. Enquanto isso, o economista Luiz Carlos Belém confirma sua candidatura para comandar o Leão no próximo biênio pela chapa Um novo Sport.
Belém terá o empresário Sylenio Lacerda como vice do executivo. Ambos reforçam a ideia de um clube gerido como empresa. "Não dá para ver o sócio do Sport enfrentando fila gigante para comprar ingresso. E ainda mais sob o sol forte. Isso não existe. Ele terá que ser bem tratado como um consumidor", destacou.
Embora tenha conversado com os demais candidatos para uma possível composição, Belém se orgulha de montar um grupo que ele faz questão de chamar "puro sangue". Ou seja, todos que compõem a sua chapa nunca assumiram cargos no Leão.
"Esse é um dos pilares da nossa campanha: não teremos participação efetiva e direta de qualquer ex-dirigente. É uma renovação total e oxigenação do clube. Já são 40 anos sendo gerido da mesma forma. Está na hora de mudar. E colocamos isso como ideal e vamos fazer dessa forma", afirmou.
O curioso é que, na noite anterior ao dia da entrevista ao Blog do Torcedor, Belém havia se reunido com Augusto Caldas, provável candidato da situação. Buscaram um acordo e não deu certo. O economista já havia conversado com Nelo Campos anteriormente e... nada feito. Agora, reforça o discurso da chapa sem antigos dirigentes.
"Estamos abertos pra conversar e receber ajuda. Podemos trabalhar juntos, mas os cargos serão profissionalizados. Agora, nosso estágio de campanha já está bastante avançado. Queremos implantar um novo modelo, uma nova cultura. Lancei minha candidatura para trazer o debate do clube. Procurei todos os candidatos para antecipar as eleições (a ideia seria para novembro). Não dá para um grupo de cardeais discutir o futuro do clube em 30 dias" diz.
A conversa aconteceu de forma virtual. Sylenio Lacerda acompanhou e endossou a ideia do profissionalismo do clube. Resta saber como tudo isso vai acontecer se o clube for rebaixado à Série B, que vai significar queda nas finanças e mais problemas para resolver. Para isso, a dupla diz que vai buscar parceiros e sempre trabalhar com pés no chão.
"A ideia é trabalhar com o dinheiro que temos nas mãos. Não vou ser irresponsável de querer trazer um Diego Souza, por exemplo. Não vamos maquiar contratos e nem inventar nomenclatura para antecipar cotas. O meu compromisso é com o Sport", alfineta Luiz Carlos Belém.
Para ter mais dinheiro, Belém promete trabalhar com parcerias. Aposta na força da marca Sport como um atrativo. Acredita que vai montar um marketing forte para reforçar essa ideia. E que vai também atrair os sócio, criando um aplicativo "O Sport em suas mãos", onde o torcedor poderá comprar ingressos e outros produtos de forma virtual. "Vamos encontrar formas para que, no futuro, os jogos estejam sempre lotados", promete.
Luiz Carlos Belém quer trabalhar ideias que sejam auto-sustentáveis. No futebol, sua ideia é contar com três dirigentes, sendo um deles o VP de futebol ("Hoje, o Sport tem um VP para comandar o coração do clube"), e um executivo. Seu sonho: estabilizar o clube e levá-lo à fase pré-Libertadores e repetir a dose de 2008, chegando à final da Copa do Brasil.