Brigatti nega atrito com medalhões do Santa Cruz e explica saída de Paulinho e Didira: "Já estavam na lista"

Imagem do autor
Cadastrado por

LOURENÇO GADÊLHA

Publicado em 23/04/2021 às 14:09
X

Pouco menos de 15 dias após ser demitido do comando do Santa Cruz, o técnico João Brigatti negou qualquer atrito com os medalhões do elenco e explicou como se deu às saídas do volante Paulinho e do meia Didira. Em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (23), o treinador salientou a boa relação com os atletas mais experientes, mas afirmou que a saída dos meio-campistas estava pré-definida antes mesmo de sua chegada. Além disso, o ex-comandante também esclareceu os motivos que culminaram na sua própria demissão após uma sequência de maus resultados e eliminação na Copa do Nordeste.

"De forma alguma (problema com os medalhões). Já havia trabalhado com o Paulinho na Ponte Preta. Aliás, a gente tem um convívio tranquilo. O Didira é outro atleta que conhecia muito do CSA. O Chiquinho e o Pipico foram meus titulares absolutos. São situações dentro do elenco que quando cheguei, principalmente Paulinho e Didira, já estavam numa lista em relação a presidência devido a adequação financeira do clube. Isso nós entendemos, passamos para os atletas também e conversamos, tanto que eles deixaram o elenco do Santa Cruz e seguiram para outros clube", detalhou.

LEIA MAIS:

>> Joaquim Bezerra explica saídas de Didira e Paulinho do Santa Cruz: “Ou produz ou está fora”

>> Blog do Torcedor no Ar debate ao vivo: o que deve ser feito para melhorar o Santa Cruz?

>> Filho caçula do atacante Pipico, do Santa Cruz, tem alta do hospital e já está em casa com a família

>>  Número de remanescentes da temporada passada diminui no Santa Cruz; veja quem saiu e quem ficou

Na visão de Brigatti, a passagem pelo Santa Cruz aconteceu em um momento errado, devido aos problemas extracampos decorrentes de um processo eleitoral que aconteceu em cima do início das competições. "Foi uma transição complicada da diretoria, já que as eleições deveriam ter acontecido numa outra data para que pudesse fazer uma transição necessária para ter mudanças dentro do clube, do plantel, uma formatação do elenco. Tudo foi triturado. Passamos situações difíceis que a gente não conseguiu, dentro dessa transição, montar uma equipe forte, competitiva, que desse uma resposta dentro de campo. Não tivemos uma semana sequer para que pudéssemos treinar a equipe e passar para eles nossa proposta de jogo", explicou.

Anunciado no dia 17 de fevereiro, João Brigatti esteve à frente do Santa Cruz durante 53 dias. No período, foram 13 jogos, com quatro vitória, dois empates e sete derrotas, totalizando um aproveitamento de apenas 35,8%. Além disso, o Tricolor ainda fez a pior campanha de sua história na Copa do Nordeste, quando foi lanterna do grupo A, com apenas três pontos somados. Ainda durante a passagem, Brigatti recebeu críticas pelo esquema utilizado com três zagueiros, como também pela falta de competitividade do Mais Querido tanto contra adversários superiores, quanto inferiores.

FALTA DE TEMPO E CONTRATAÇÕES

O desempenho abaixo do esperado, na visão de João Brigatti, muito se deve à falta de tempo de treinamentos junto aos atletas. Além disso, ele também pontuou a ausência de uma reposição à altura dos jogadores que deixaram o clube ao fim da temporada 2020. Com isso, a responsabilidade acabou recaindo sob os atletas das categorias de base, que são o menor dos culpados.

"Tem que se adequar ao elenco que temos em mãos, mas reforço que o tempo é necessário para implantar o modelo de jogo, passar para os atletas e ter a aceitação deles. A qualidade também se faz necessária. Tivemos uma transição de atletas que saíram no ano passado, numa equipe bem montada, e eram atletas que davam poderio  de força e velocidade a equipe do Santa Cruz. Esses atletas todos saíram do clube e teve uma mescla com atletas da base, que jamais vou criticá-los. Eles tem sim qualidade, porém não tiveram uma preparação adequada em cima de jogos e lastro físico que pudesse envergar a camisa do Santa Cruz nesse momento tão difícil", avaliou.

"Acredito que o Gallo também terá esse tipo de problema se não tiver tempo para trabalhar e trazer atletas que se adequam e dê força a esse elenco. Tem que trazer atletas que venham para jogar e não ficar um mês se preparando, porque não dá tempo. Conversamos sobre isso com a diretoria, falei que nossa equipe estava muito aquém de preparação para o Campeonato Brasileiro da Série C, que é muito difícil e é o objetivo principal do clube", acrescentou o ex-comandante coral, João Brigatti.

>> Gallo espera receber reforços no Santa Cruz até o fim deste mês de abril

Por fim, o ex-comandante ressaltou o trabalho correto que vem sendo realizado pela atual gestão, mas se mostrou incapaz de "operar milagre". "Foram situações de momento que a gente não soube conduzir e, ao mesmo tempo, juntamente com uma diretoria que tem um pensamento muito bom, e tenho certeza que fará um grande trabalho à frente do Santa Cruz, com um presidente de cabeça aberta, que quer mudar todo esse panorama. Só que a gente não faz milagre. Necessita de tempo, de atletas com qualidade, a torcida do Santa Cruz exige isso, a instituição exige isso. Foi um momento difícil, de transição, que a gente entrou nesse projeto, e infelizmente acabou não dando certo", finalizou.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Tags

Autor