Jailton Cintra nega mágoa ao sair do Santa Cruz, mas diz que exposição da preparação física é falta de ética

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Lucas Holanda

Publicado em 26/04/2021 às 15:11
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O preparador físico Jailton Cintra deixou o Santa Cruz. Na manhã desta segunda-feira, a direção se reuniu e as saídas dele e do também preparador e auxiliar Cláudio Romão foram confirmadas. A preparação física do elenco coral vinha sendo bastante criticada pelo agora técnico Alexandre Gallo, que até chegou a falar na entrevista coletiva após a derrota que o Sete de Setembro estava melhor neste aspecto do que o Santa Cruz. No entanto, Jailton não crê que apenas a preparação física é responsável pelo início de temporada desastroso do Tricolor. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o preparador físico destacou que um time de futebol é formado por outros conceitos, além de ter dito que expor o departamento físico, da forma como foi, é uma falta de ética enorme.

"Tudo foi colocado na mesa para se discutir e encontrar soluções. Se fosse só quesito físico o departamento médico do Santa Cruz deveria estar lotado como quando cheguei no clube, com os atletas principais do departamento médico. O Santa Cruz começou a se preparar a uma semana de três competições que eram os fundamentais para o primeiro semestre: Copa do Brasil, Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste. Um elenco é formado por características físicas, técnicas, conceitos... diversos fatores. Quando a gente expõe o departamento físico, da forma como foi, é de uma falta de ética enorme", afirmou.

"Em nenhum momento questionei e questiono nenhum treinador, seja quem ele vai escalar ou esquema que vai jogar. E também não vou expor parte tática, técnica e nem gestão nenhuma. Só tenho a agradecer a instituição Santa Cruz e pelos profissionais. Saio como sempre cheguei: de cabeça erguida. Faria tudo da mesma forma. (...) É uma infelicidade grande de querer culpar um quesito só. Não, não, é todo um contexto. Infelizmente num clube grande como é o Santa Cruz existe a necessidade de troca. E acharam que era a parte física, paciência. Que quem venha comandar esse grupo tenha sucesso", pontuou.

Jailton também destacou a maratona de jogos que o Santa Cruz enfrentou até aqui, tendo que jogar duas vezes na semana, o que naturalmente pode causar algum desconforto. E aí basicamente a rotina era de regenerar e atuar, sem tempo para treinar, o que fazia alguns atletas serem poupados em jogos. Além disso, destacou que toda a preparação foi acordada com as duas comissões técnicas: a de João Brigatti e Alexandre Gallo.

Apesar das críticas recorrentes de Alexandre Gallo direcionadas para a parte física do Santa Cruz, o preparador físico afirmou que não ficou chateado com esses discursos de Gallo. "São coisas que acontecem no futebol, é uma questão ética. Sou um profissional que preza muito pela ética, outros profissionais não. Foi um momento de cabeça quente ou coisa parecida. Tentamos solucionar diversos fatores de ordem tática e técnica, mas infelizmente o resultado não veio. Poderia sair atirando, mas sou muito grato. Grato também ao Gallo por ter me confiado o departamento físico durante esse tempo. Não saio chateado", detalhou.

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