Eliminações, saídas de técnicos, erros no futebol e mais: a temporada caótica do Santa Cruz até aqui

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Lucas Holanda

Publicado em 27/04/2021 às 10:46
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O Santa Cruz estreou na temporada 2021 no dia 27 de fevereiro. E nem o torcedor tricolor mais pessimista imaginava que dois meses depois o clube estaria tão mal no futebol. Do primeiro jogo até aqui, a Cobra Coral errou muito e vem pagando uma conta cara. Eliminações vexatórias na Copa do Brasil e Copa do Nordeste, erros na condução do futebol, saídas de técnicos, pressão em cima da direção e muito mais. No momento, dá para definir a temporada como caótica até aqui, uma vez que os danos causados ao Santa Cruz foram graves.

É provável que o adiamento das eleições tenha interferido no planejamento, uma vez que o pleito ocorreu no dia 10 de fevereiro e a posse aconteceu no dia 18. No entanto, apesar dessa ressalva, não dá para colocar todo insucesso atual em cima disso. Abaixo, leia alguns pontos selecionados pela reportagem do Jornal do Commercio que culminaram neste início de temporada caótico do Santa Cruz, talvez o pior do clube nos últimos dez anos.

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Eliminações vexatórias

Sobre eliminações, o Tricolor do Arruda já acumulou duas vexatórias. Começando pela Copa do Nordeste, a Cobra Coral caiu na primeira fase. Para piorar, fez a pior campanha da sua história no torneio regional, tendo conquistado apenas três pontos em oito jogos, além de ter sido a equipe que menos fez pontos na edição 2021 do Nordestão. No total, o Santa saiu da Copa do Nordeste com sete derrotas e apenas um triunfo conquistado.

Na Copa do Brasil, o Santa Cruz até passou da primeira fase. Eliminou o Ypiranga-AP sem grandes sustos e com uma goleada de 4x0. No entanto, caiu na fase seguinte diante do Cianorte, no que talvez tenha sido a pior apresentação do Tricolor até aqui. Não conseguiu jogar e foi eliminado para o time paranaense.

Saídas de técnicos

No dia 17 de fevereiro, o Santa Cruz anunciou oficialmente a contratação do técnico João Brigatti, o primeiro da temporada. No entanto, ele não durou dois meses à frente do Tricolor. Foi demitido em 11 de abril, no dia seguinte ao revés sofrido pelo Botafogo-PB. Sem conseguir dar uma cara ao time e apresentar resultados, Brigatti não resistiu. Caiu com 13 jogos, quatro vitórias, dois empates e sete derrotas, tendo um aproveitamento de 35%.

O escolhido para substituir foi o técnico Alexandre Gallo, que foi anunciado no dia 14 de abril. Ele chegou dizendo que estava pronto para o desafio, mas também afirmou que não era mágico. No entanto, o concreto é que ele pediu demissão após três jogos no comando técnico e 12 dias no clube, tendo sido marcado por críticas direcionadas a preparação física, ter colocado Chiquinho no banco, improvisações e mais. Não conseguiu dar uma cara e piorou o Santa Cruz.

E a sua saída ainda contou com um vídeo publicado na conta oficial do clube onde ele diz que o 'Santa Cruz só vai oferecer condições mínimas de trabalho daqui a seis meses', ou seja, em outubro, ao menos na visão do treinador. No entanto, quando foi anunciado como técnico, Gallo sabia do cenário que iria enfrentar. Na sua apresentação, aliás, disse que a direção coral detalhou todo o cenário durante a entrevista que culminou no acerto.

Erros no futebol

O Santa Cruz anunciou 17 contratações até aqui. É um numero altíssimo, sobretudo se estivermos falando em dois meses de temporada. E a prova de que houve erros nas avaliações dos reforços é de que alguns já deixaram o Tricolor. O goleiro Felipe Silva, o volante Karl e o meia Péricles foram dispensados pelo novo executivo de futebol, Fabiano Melo. Outra peça que saiu foi o arqueiro Martín Rodríguez, mas a justificativa é de que não estava se adaptando ao Recife.

Mesmo com essa chuva de reforços, o Tricolor não tem um time definido. É uma equipe sem identidade. Claro que isso também se deve aos trabalhos de Brigatti e Gallo, mas o elenco coral tem lacunas graves e que não foram solucionadas até o momento, apesar do alto número de contratações - alguns, aliás, sequer chegaram a estrear na temporada. Sendo assim, é possível afirmar que a condução do futebol coral foi marcada por erros que prejudicaram a equipe esportivamente até aqui.

No dia 12 de março, o Santa Cruz anunciou que o volante Paulinho e o meia Didira estavam fora do clube. Na época, os dois jogadores eram titulares do time coral. E a justificativa usada pelo presidente Joaquim Bezerra sobre o desligamento dos atletas foi: 'ou produz ou está fora'. No entanto, se olharmos para o que aconteceu depois, percebemos que muitos nomes do Santa Cruz ficaram sem produzir no futebol do clube e mesmo assim permaneceram.

Pressão no comitê de futebol da gestão

Diante de todos esses erros no futebol do Santa Cruz, a torcida coral naturalmente está insatisfeita com o desempenho. Nessa segunda-feira, aliás, no que talvez tenha sido o dia mais caótico do Tricolor nos últimos anos, os torcedores foram ao Arruda e direcionaram faixas de protestos contra a atual gestão, pedindo respeito pela história e também críticas contra membros da direção de futebol, como Albertino dos Anjos, que talvez seja o nome mais criticado pelo torcedor até aqui.

Albertino é um dos integrantes do comitê gestor de futebol da direção. Além dele, Jaime Cordeiro, Oberdan Rabelo e Thomas Barbosa integram este núcleo. Apesar do grupo ter a confiança do presidente Joaquim Bezerra, as críticas da torcida são pesadas e com discursos frequentes pedindo mudança nesta área. Nessa segunda-feira, o executivo Fabiano Melo afirmou que ele será o único responsável pelo futebol do Santa Cruz.

Risco de quadrangular do rebaixamento no Estadual

Não bastasse eliminações vexatórias na Copa do Brasil e Copa do Nordeste, o Santa Cruz ainda corre risco de outro vexame: disputar o quadrangular do rebaixamento no Estadual. Na sexta posição e com nove pontos, dois a mais que o Retrô, que é o sétimo e próximo adversário coral, o Tricolor realmente corre este rico. No entanto, só depende de si para evitar o vexame e avançar ao mata-mata. Saiba mais sobre a situação do Santa no Estadual clicando aqui.

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