Eliminações, erros no futebol, prejuízo para 2022 e mais: a temporada caótica do Santa Cruz até aqui

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Lucas Holanda

Publicado em 11/05/2021 às 13:29
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O Santa Cruz estreou na temporada 2021 no dia 27 de fevereiro. E nem o torcedor tricolor mais pessimista imaginava que menos de três meses depois o clube estaria tão mal no futebol. Do primeiro jogo até aqui, a Cobra Coral errou muito e vem pagando uma conta cara. Eliminações vexatórias na Copa do Brasil e Copa do Nordeste, e também a queda na semifinal do Estadual para o Náutico, que prejudica o calendário do Tricolor para 2022, uma vez que o clube não disputará o Nordestão e nem Copa do Brasil. Um prejuízo pesado no aspecto financeiro e técnico. No momento, dá para definir a temporada como caótica até aqui, uma vez que os danos causados ao Santa Cruz foram graves.

É provável que o adiamento das eleições tenha interferido no planejamento, uma vez que o pleito ocorreu no dia 11 de fevereiro e a posse aconteceu no dia 18. No entanto, apesar dessa ressalva, não dá para colocar todo insucesso atual em cima disso. Abaixo, leia alguns pontos selecionados pela reportagem do Jornal do Commercio que culminaram neste início de temporada caótico do Santa Cruz, talvez o pior do clube nos últimos dez anos.

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Eliminações vexatórias

Sobre eliminações, o Tricolor do Arruda já acumulou duas vexatórias. Começando pela Copa do Nordeste, a Cobra Coral caiu na primeira fase. Para piorar, fez a pior campanha da sua história no torneio regional, tendo conquistado apenas três pontos em oito jogos, além de ter sido a equipe que menos fez pontos na edição 2021 do Nordestão. No total, o Santa saiu da Copa do Nordeste com sete derrotas e apenas um triunfo conquistado.

Na Copa do Brasil, o Santa Cruz até passou da primeira fase. Eliminou o Ypiranga-AP sem grandes sustos e com uma goleada de 4×0. No entanto, caiu na fase seguinte diante do Cianorte, no que talvez tenha sido a pior apresentação do Tricolor até aqui. Não conseguiu jogar e foi eliminado para o time paranaense.

Calendário prejudicado para 2022

Com a queda na semifinal do Estadual diante do Náutico, o Santa Cruz está fora da Copa do Brasil e Copa do Nordeste. Como foi quarto na primeira fase do Estadual, o Tricolor só iria para o torneio nacional em 2022 caso chegasse na final, o que não aconteceu. É importante ressaltar, aliás, que a Cobra Coral teve a chance de terminar em terceiro na primeira fase mas não bateu o Afogados na última rodada. Se tivesse vencido, estaria na Copa do Brasil de 2022 mesmo não sendo finalista. Sobre o Nordestão do ano que vem, o Tricolor teria que ter sido campeão estadual para jogar a competição na próxima temporada.

Ou seja, além dos danos causados pelas eliminações na temporada, o prejuízo é grande para 2022. Isso porque o Santa Cruz só terá o Estadual antes de jogar o Campeonato Brasileiro - que ainda não se sabe qual é a divisão, mas se não for a B a conta fica ainda mais cara -, algo que não acontecia desde 2015, quando na época o clube também estava fora da Copa do Brasil e Copa do Nordeste por não ter se classificado em 2014.

Tomando como base os valores das cotas iniciais da Copa do Brasil e Nordestão de 2021, o Santa Cruz terá, por baixo, um prejuízo de R$ 2 milhões: R$ 560 mil da torneio nacional e R$ 1,465 milhão da Copa do Nordeste.

Tricolor já está no terceiro técnico em menos de três meses

No dia 17 de fevereiro, o Santa Cruz anunciou oficialmente a contratação do técnico João Brigatti, o primeiro da temporada. No entanto, ele não durou dois meses à frente do Tricolor. Foi demitido em 11 de abril, no dia seguinte ao revés sofrido pelo Botafogo-PB. Sem conseguir dar uma cara ao time e apresentar resultados, Brigatti não resistiu. Caiu com 13 jogos, quatro vitórias, dois empates e sete derrotas, tendo um aproveitamento de 35%.

O escolhido para substituir foi o técnico Alexandre Gallo, que foi anunciado no dia 14 de abril. Ele chegou dizendo que estava pronto para o desafio, mas também afirmou que não era mágico. No entanto, o concreto é que ele pediu demissão após três jogos no comando técnico e 12 dias no clube, tendo sido marcado por críticas direcionadas a preparação física, ter colocado Chiquinho no banco, improvisações e mais. Não conseguiu dar uma cara e piorou o Santa Cruz.

E a sua saída ainda contou com um vídeo publicado na conta oficial do clube onde ele diz que o ‘Santa Cruz só vai oferecer condições mínimas de trabalho daqui a seis meses’, ou seja, em outubro, ao menos na visão do treinador. No entanto, quando foi anunciado como técnico, Gallo sabia do cenário que iria enfrentar. Na sua apresentação, aliás, disse que a direção coral detalhou todo o cenário durante a entrevista que culminou no acerto.

Para substituir Gallo, o Santa Cruz trouxe Bolívar, que comandou o Tricolor em três oportunidades até aqui e é a esperança de uma organização visando a Série C e, claro, o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.

Campanha assustadora na temporada

Além das eliminações vexatórias na Copa do Brasil e Copa do Nordeste, e a queda na semifinal do Estadual para o Náutico, o Santa Cruz tem números assustadores na temporada. Em 21 jogos disputados até aqui, o Tricolor venceu apenas cinco, empatou outras cinco e perdeu 11 partidas. Ou seja, a Cobra Coral foi derrotada em mais de 50% dos jogos até aqui, o que lhe dá um aproveitamento baixo e preocupante de 31,74% na temporada.

Decisões erradas no futebol

O Santa Cruz anunciou 21 contratações até aqui. É um numero altíssimo, sobretudo se estivermos falando em menos de três meses de temporada. E a prova de que houve erros nas avaliações dos reforços é de que alguns já deixaram o Tricolor. O goleiro Felipe Silva e o meia Péricles foram dispensados pelo novo executivo de futebol, Fabiano Melo. Outra peça que saiu foi o arqueiro Martín Rodríguez, mas a justificativa é de que não estava se adaptando ao Recife.

Mesmo com essa chuva de reforços, o Tricolor não tem um time definido. É uma equipe sem identidade. Claro que isso também se deve aos trabalhos de Brigatti e Gallo, e ao pouco tempo que Bolívar tem no Arruda, mas o elenco coral tem lacunas graves e que não foram solucionadas até o momento, apesar do alto número de contratações – alguns, aliás, sequer chegaram a estrear na temporada. Sendo assim, é possível afirmar que a condução do futebol coral foi marcada por erros que prejudicaram a equipe até aqui.

No dia 12 de março, o Santa Cruz anunciou que o volante Paulinho e o meia Didira estavam fora do clube. Na época, os dois jogadores eram titulares do time coral. E a justificativa usada pelo presidente Joaquim Bezerra sobre o desligamento dos atletas foi: ‘ou produz ou está fora’. No entanto, se olharmos para o que aconteceu depois, percebemos que muitos nomes do Santa Cruz ficaram sem produzir no futebol do clube e mesmo assim permaneceram.

Contratados até aqui: 

Goleiros: Geaze, Felipe Silva (dispensado) e Martín Rodríguez (saiu);

Laterais: Pileggi, Digão e Alan Cardoso;

Zagueiros: Hebert (não estreou) e Breno Calixto

Volantes: Augusto César, Karl, Elicarlos, Everton Dias (não estreou) e Derley;

Meias: Marcos Vinicius e Pericles (dispensado);

Atacantes: Madson, Maxwell, Quiñonez, França, Bustamante e Adriano Michael Jackson

Críticas ao comitê de futebol da gestão

Diante de todos esses erros no futebol do Santa Cruz, a torcida coral naturalmente está insatisfeita com o desempenho. E uma das maiores críticas feitas pela torcida é contra os membros do comitê de futebol da gestão, que tem Albertino dos Anjos, Jaime Cordeiro, Oberdan Rabelo e Thomas Barbosa. Apesar do Tricolor ter comunicado que quem comanda o futebol é Fabiano Melo, executivo que chegou para substituir Nei Pandolfo, os torcedores seguem na bronca com o comitê. Semanas atrás, aliás, foram ao Arruda pedir a saída de Albertino dos Anjos.

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