HISTÓRIAS DO FUTEBOL

Ex-zagueiro do Sport estreou no profissional do Guarani-SP com a missão de segurar Pelé. Saiba quem foi

Estevam tinha apenas 17 anos quando foi surpreendido ao saber que seria titular diante do Santos. Até hoje ele guarda a camisa do Rei do Futebol

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Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 07/08/2021 às 12:28 | Atualizado em 07/08/2021 às 13:00
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Todo jovem atleta do futebol sonha em um dia ser escalado no time profissional. É a sua realização. E não por isso ele não vá sentir aquele friozinho na barriga ou até mesmo as pernas tremerem. A ansiedade toma conta do corpo. Não é fácil suportar a pressão. E imagina para o jovem zagueiro Estevam Soares, no auge dos seus 17 anos, fazer sua estreia pelo Guarani-SP, com a missão de parar ninguém menos que Pelé? Uma situação que ele não esquece até os dias de hoje. Até porque guarda com carinho a camisa do Rei que conseguiu logo após a partida.

O ano era 1973. Estevam havia feito uma boa Copa São Paulo de Futebol Juniores. E, assim, o técnico Zé Duarte havia integrado ele ao grupo profissional. Estevam só fazia treinar, treinar, treinar. Mas certo dia, foi surpreendido pelo treinador: "Ei garoto... Você vai para o jogo!". "Rapaz, naquela época, quando dizia que o jogo era contra o Santos de Pelé, era jogador dizendo que estava com diarreia, com dor de cabeça. Ninguém queria jogar. Mas queria ver. Porque era um time espetacular", diz.

Arquivo Pessoal
Estevam Soares guarda com carinho a camisa que Pelé na partida do Santos contra o Guarani, na sua estreia como profissional - Arquivo Pessoal

Estevam, naturalmente, ficou nervoso. E mais ainda quando entrou no gramado. Ele lembra que o meia Alfredo, um dos destaques do Bugre naquele ano, deu o recado: "Olha, o Pelé é um grande craque, mas ele costuma entrar duro e quebrar a perna do adversário". Era uma brincadeira, claro. "Mas, pô, tremi, né?! Como se diz isso para um garoto!", lembra rindo. Para Estevam, aquele momento era histórico na sua vida. E também de idolatria, pois sabia que estava encarando o melhor jogador do mundo. "Naquele momento, Pelé foi uma referência, deu uma aula de futebol profissionalismo. O jogo já estava dominado para o Santos. E ele dando bronca em Edu, já no final da partida. A postura dele, a liderança. Jamais esqueci", conta.

Durante a partida, Estevam jogou sério, sem muito papo. "Lembro que eu dei uma entrada, ele olhou pra mim e disse: 'Ei, garoto... você não sabe bater, hein?!' Eu pedi desculpas. E segui o jogo". A partida já estava 2x0 para o Peixe. Estevam nem estava mais ligando para o placar. Sua cabeça estava voltada para um objeto de desejo de todo jogador que enfrentava o Rei do Futebol naquela época: a sua camisa santista, suada do jogo. "Quando estava faltando poucos minutos para o fim, eu só ficava perto dele. Assim que o árbitro apitou, pulei no pescoço dele e pedi a camisa. Ele me presenteou".

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