LUTO

Autoridades, instituições e amigos prestam homenagem a Fernando Menezes

O jornalista e professor Fernando Menezes faleceu após sofrer uma parada cardiorrespiratória na manhã desta quinta-feira (9)

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Túlio Feitosa

Publicado em 09/12/2021 às 15:51 | Atualizado em 09/12/2021 às 21:43
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O jornalista e professor Fernando Menezes, que faleceu na manhã desta quinta-feira (9) aos 86 anos, recebeu diversas homenagens de figuras públicas e entidades durante o dia. Ex-funcionário do Jornal do Commercio, Menezes foi vítima de uma parada cardiorrespiratória por volta das 5h30 da manhã.

"O jornalismo pernambucano perdeu um grande nome nesta quinta-feira. Fernando Menezes ex-secretário estadual de Imprensa e professor universitário atravessou gerações com seu estilo marcante nas colunas e matérias de jornal e em participações nos programas de TV e rádio", destacou o governador de Pernambuco Paulo Câmara.

O jornalismo pernambucano perdeu um grande nome nesta quinta-feira. Fernando Menezes ex-secretário estadual de Imprensa e professor universitário atravessou gerações com seu estilo marcante nas colunas e matérias de jornal e em participações nos programas de TV e rádio.

— Paulo Câmara 40 (@PauloCamara40) December 9, 2021

>> O coração de Fernando Menezes

>> Mestre de várias gerações do Jornalismo, Fernando Menezes era um grande contador de histórias

A Câmara Municipal do Recife também soltou nota de pesar. "A Câmara Municipal do Recife expressa sua grande tristeza pelo falecimento do jornalista Fernando Menezes. Ele teve uma atuação marcante em diversos veículos de comunicação, foi um dos mais importantes cronistas desportivos da história do futebol pernambucano, além de ter sido secretário de Imprensa do Estado. Uma figura terna e extremamente querida por onde passou. Deixa um grande legado e muitas saudades para quem o conheceu. Aos muitos amigos e à família, nossos sentimentos pela perda".

Fernando Menezes lecionou na UFPE durante 17 anos e também recebeu uma homenagem da instituição de ensino. A mensagem ficou por conta da coordenadora da graduação em Jornalismo da universidade, Adriana Santana, que falou da atuação do jornalista no Departamento de Comunicação Social da UFPE.

"Muitos de nós tivemos a sorte de tê-lo como colega, professor (fui sua aluna na disciplina Agência de Notícias e guardo até hoje boas lembranças das aulas) e, depois, companheiro no Jornal do Commercio. Minha turma o chamava de ‘Forrest Menezes’, o contador de histórias. Nas redações, era um conselheiro excepcional dos repórteres e, mais perto de sua partida, ficou conhecido como vovô Fernando. O Alzheimer, implacável, causou sua partida. Ensinou, na teoria e na prática, a pelo menos duas gerações de jornalistas. Era um amante do periodismo e do Sport Club do Recife. Que seja recebido com jornais e muito cazá, cazá nos planos superiores", disse.

Arquivo JC
Fernando Menezes, que também compôs a equipe do JC, foi assessor de comunicação no governo de Moura Cavalcanti (1975-1979) - Arquivo JC

Médico e escritor, Roberto Vieira também foi mais um a prestar homenagem ao jornalista. Em 2009, Roberto, ao lado de Lucídio José de Oliveira e Carlos Celso Cordeiro, lançaram o livro sobre os 100 anos do Clássico dos Clássicos entre Sport e Náutico. Fernando Menezes fez o prefácio da parte rubro-negra da obra. Confira a homenagem:

O ADEUS DE FERNANDO MENEZES

ROBERTO VIEIRA

ERA um clássico em si.

E por ser um clássico aconteceu o convite.

Escrever na abertura do Clássico dos Clássicos.

Era 2009.

O livro trouxe as palavras do Mestre Fernando Menezes.

Junto com as de Lenivaldo Moraes Aragão .

Juca Kfouri .

Celso Unzelte III .

Para orgulho da literatura e futebol pernambucanos.

Lucídio José Oliveira e Carlos Celso Cordeiro o conheciam.

Eu apenas de ler e reler.

Rubro negro.

Culto.

Elegante.

Vai nos fazer a falta de um passado de Haroldos Praças.

Lula Carlos.

A falta que Antonio Maria evocaria.

Em mais um frevo Evocação.

Setur e Empetur 

 

DIVULGAÇÃO
A Setur e a Empetur emitiram uma nota de pesar pela morte do jornalista Fernando Menezes. - DIVULGAÇÃO

VELÓRIO

Amigos, familiares e colegas de profissão marcaram presença no velório de Fernando Menezes, realizado no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na tarde desta quinta-feira (9). Jornalista, escritor e amigo próximo de Fernando, Angelo Castelo Branco falou da relação que ele criou com o comunicador e o quão "ensinador" da vida ele foi enquanto era vivo.

"Ele foi uma pessoa muito especial. Olhava o mundo por um olhar muito bem humorado, muito feliz, muito alegre. Ele foi um grande amigo, um grande mestre de todos nós. A vida de Fernando Menezes foi uma vida onde ele espalhou coisas boas, amizades, felicidades. Um homem profundamente sensível, um profissional de jornal como poucos no país. Um grande contador de histórias, um grande irmão e uma pessoa que, a única coisa que fez foi ensinar", disse.

"Ensinou como ver a vida de uma forma positiva, leve, sem mágoas, sem rancores. Ele deixa uma lição muito grande para todos nós e faz uma falta enorme numa redação de jornal. Ele era como se fosse a alma de uma redação, o espírito de uma redação. Fernando Menezes foi e é uma unanimidade. Não existe ninguém, de diferenças políticas, de diferenças ideológicas, que não queira o bem a Fernando Menezes", completou Angelo.

Publicitário e filho mais velho de Fernando, Henrique Menezes falou do privilégio de ter tido um pai como o dele, além de ter falado da inspiração que o jornalista foi para que Henrique embarcasse na área da comunicação.

"A minha relação com meu pai era uma relação de amizade, que extrapolava a relação de pai e filho. Foi minha inspiração. Hoje estou na área da comunicação por influência dele. E, obviamente, o legado que ele deixa é o de uma pessoa extremamente correta, amigo dos amigos, ético, que pôde nos proporcionar uma vida extremamente feliz, tanto para mim quanto para a minha mãe e meus irmãos. E eu me sinto uma pessoa extremamente privilegiada, porque pude conviver com ele por todo esse tempo", contou.

Seguindo os passos do avô, a jornalista Eduarda Menezes, neta de Fernando, falou da reputação que o comunicador carregava nas redações e salas de aula onde ela passava.

"Quando eu comecei a fazer o curso de jornalismo, nas salas de aula ou nas redações, eu sempre ouvia falar muito dele. A reputação dele antecipava isso, de ver o lado profissional dele, porque eu o conhecia o lado pessoal como meu avô. E quando eu entrei no mercado foi quando eu comecei a ver o quanto ele foi deixando esse legado na vida das pessoas, ele marcou muita gente. Para mim, ele sempre foi uma inspiração e, principalmente, quando eu fui seguindo esses passos, foi ficando cada vez mais forte", ressaltou Eduarda.

"Eu acho que ele sempre foi aquele avô carinhoso, atencioso, que queria dar o melhor para os netos, mostrar os valores que ele carregava. Eu acho que ele olhava para a gente com o pensamento de que iríamos seguir com os valores dele, com as crenças dele. Ele buscava nos envolver nas coisas dele. Quando eu era criança e ele ia escrever um livro, as vezes ele gostava de fazer manuscrito, mas a editora precisava que ele enviasse digitado. E aí como ele me via muito no computador, me dava os manuscritos e eu digitava para ele. Teve uma vez até, em um livro, que ele pediu para botar o meu nome nos créditos", completou.

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