LUTO

Amigos, familiares e colegas dão último adeus a jornalista Fernando Menezes

Referência na crônica esportiva e do jornalismo pernambucano, Fernando Menezes faleceu na manhã desta quinta por volta das 5h30 vítima de uma parada cardiorrespiratória

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Túlio Feitosa

Publicado em 09/12/2021 às 20:34 | Atualizado em 30/01/2023 às 15:50
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Amigos, familiares e colegas de profissão marcaram presença no velório do jornalista Fernando Menezes, realizado nesta quinta-feira (9) no cemitério Morada da Paz, em Paulista. Referência na crônica esportiva e do jornalismo pernambucano, ele faleceu na manhã desta quinta por volta das 5h30 vítima de uma parada cardiorrespiratória. Ele já sofria há 10 anos com Alzheimer.

Mestre de várias gerações do Jornalismo, Fernando Menezes era um grande contador de histórias

Jornalista, escritor e amigo próximo de Fernando, Angelo Castelo Branco falou da relação que ele criou com o comunicador e o quão "ensinador" da vida ele foi enquanto era vivo.  "Ele foi uma pessoa muito especial. Olhava o mundo por um olhar muito bem humorado, muito feliz, muito alegre. Ele foi um grande amigo, um grande mestre de todos nós. A vida de Fernando Menezes foi uma vida onde ele espalhou coisas boas, amizades, felicidades. Um homem profundamente sensível, um profissional de jornal como poucos no país. Um grande contador de histórias, um grande irmão e uma pessoa que, a única coisa que fez foi ensinar", disse.

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Seminário 200 anos da imprensa no Brasil, que teve a participacão dos jornalistas Fernando Menezes e Ivanildo Sampaio (E). - Alexandro Auler /acervo JC Imagem

"Ensinou como ver a vida de uma forma positiva, leve, sem mágoas, sem rancores. Ele deixa uma lição muito grande para todos nós e faz uma falta enorme numa redação de jornal. Ele era como se fosse a alma de uma redação, o espírito de uma redação. Fernando Menezes foi e é uma unanimidade. Não existe ninguém, de diferenças políticas, de diferenças ideológicas, que não queira o bem a Fernando Menezes", completou Angelo.

Publicitário e filho mais velho de Fernando, Henrique Menezes falou do privilégio de ter tido um pai como o dele, além de ter falado da inspiração que o jornalista foi para que Henrique embarcasse na área da comunicação. 

Alexandro Auler/acervo JC Imagem
Fernando Menezes recebeu amigos e autografou o livro, durante o lançamento de " As entranhas de Domingo" - Alexandro Auler/acervo JC Imagem

"A minha relação com meu pai era uma relação de amizade, que extrapolava a relação de pai e filho. Foi minha inspiração. Hoje estou na área da comunicação por influência dele. E, obviamente, o legado que ele deixa é o de uma pessoa extremamente correta, amigo dos amigos, ético, que pôde nos proporcionar uma vida extremamente feliz, tanto para mim quanto para a minha mãe e meus irmãos. E eu me sinto uma pessoa extremamente privilegiada, porque pude conviver com ele por todo esse tempo", contou.

> Redação do JC para e faz homenagem aos 75 anos de vovô Fernando Menezes

Fernando deixa três filhos, Henrique, Andreia e Carlos Frederico Menezes, além de seis netos. Seguindo os passos do avô, a jornalista Eduarda Menezes, neta de Fernando, falou da reputação que o comunicador carregava nas redações e salas de aula onde ela passava.

"Quando eu comecei a fazer o curso de jornalismo, nas salas de aula ou nas redações, eu sempre ouvia falar muito dele. A reputação dele antecipava isso, de ver o lado profissional dele, porque eu o conhecia o lado pessoal como meu avô. E quando eu entrei no mercado foi quando eu comecei a ver o quanto ele foi deixando esse legado na vida das pessoas, ele marcou muita gente. Para mim, ele sempre foi uma inspiração e, principalmente, quando eu fui seguindo esses passos, foi ficando cada vez mais forte", ressaltou Eduarda.

"Eu acho que ele sempre foi aquele avô carinhoso, atencioso, que queria dar o melhor para os netos, mostrar os valores que ele carregava. Eu acho que ele olhava para a gente com o pensamento de que iríamos seguir com os valores dele, com as crenças dele. Ele buscava nos envolver nas coisas dele. Quando eu era criança e ele ia escrever um livro, as vezes ele gostava de fazer manuscrito, mas a editora precisava que ele enviasse digitado. E aí como ele me via muito no computador, me dava os manuscritos e eu digitava para ele. Teve uma vez até, em um livro, que ele pediu para botar o meu nome nos créditos", completou.

AMPLIAÇÃO DA ILHA

O jornalista, com grande ligação com o Sport Club do Recife, participou da ampliação da Ilha do Retiro, estádio do Leão que foi um dos palcos para a Copa de Mundo de 1950, a primeira no Brasil. Ele mesmo que contou essa história em reportagem especial feita antes da Copa de 2014, também no Brasil. "A ampliação da Ilha do Retiro tornou-se algo do interesse de Pernambuco, não apenas de rubro-negros. Eu mesmo ajudei fisicamente. Comprando e levando tijolos para as arquibancadas, por exemplo", lembrou Fernando Menezes.

 

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