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FINAL DA COPA DO MUNDO 2022: quando a justiça tarda, mas não falha

Messi possui um ciclo de cinco Copas do Mundo pela Argentina, coroado em 2022 com o título

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Vinícius Barros

Publicado em 19/12/2022 às 9:21 | Atualizado em 19/12/2022 às 9:40
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Quem acompanha futebol sabe que uma palavra que nem sempre entra em campo é "justiça". E os 140 minutos da maior final de Copa do Mundo da história - não só em duração mas também em relevância - nos mostrou muito bem isso.

É como se o futebol, nesse domingo, 18 de dezembro de 2022, tivesse destinado a decisão entre Argentina x França, para colocar à prova vários dogmas esportivos e ditados populares para serem testados todos de uma vez só.

ARGENTINA X FRANÇA: Uma final em 7 atos

Perceba: do início do jogo até os 79 minutos, o pragmático "Que vença o melhor" ditava o enredo de uma Argentina esmagadora, que mal dava brechas para França chutar, quiçá sofrer um mísero gol, enquanto vencia por 2x0.

Aos 80, após Mbappé anotar o primeiro gol francês de pênalti, a manjada frase "2x0 é um placar perigoso" começava a desmontar o castelo de areia dos argentinos e dos fãs de Messi pelo mundo.

Aos 81, mais um gol de Mbappé e até os mais cético torcedor francês voltou a ter fé no tricampeonato. Nessa hora, o ex-técnico brasileiro Muricy Ramalho diria sua fala mais célebre "A bola pune".

Punia os 46 milhões de argentinos, incluindo Messi, um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Mas punia ainda seus fãs, que fizeram, na tarde de ontem, a população da Argentina saltar para centenas de milhões pela primeira vez.

Prorrogação e mais sofrimento (ou deleite para os fãs do futebol)

Porém, de fato, os amantes desse esporte mágico não estavam sendo punidos, mas sim premiados com mais 30 minutos de um jogo épico. Da genialidade de uma estrela em sua última dança (ou seria o último tango?) versus um astro no auge da técnica e forma física.

Nos 30 minutos de prorrogação, uma exausta Argentina via seu técnico acionar algumas peças do banco para dar mais gás ao time. Contestado durante todo o Mundial, Lautaro entra em campo, afinal "Quem não tem cão caça com gato", deve ter pensado o treinador Lionel Scaloni.

Eis que, aos 108 minutos da prorrogação, Lautaro recebe em posição legal, chuta e o rebote sobra para Messi. A coroação do terceiro gol argentino nem chega a tocar as redes, mas passa da linha para liquidar a fatura. Será?

Faltando dois minutos para o fim da partida, novamente eles. "Um dia da caça, outro do caçador". E com mais uma penalidade para bater, Mbappé parecia sentir o faro dos recordes, alcançando 12 gols em Mundiais e se tornando o primeiro a marcar um hat-trick em uma final de Copa desde o inglês Geoff Hurst, em 1966.

A magia dos pênaltis

Com a chegada dos pênaltis, "não adiantava mais chorar pelo leite derramado". A disputa entre Argentina x França seria definida.

E, logo na segunda cobrança dos europeus, o goleiro Martinez já defendia o chute de Coman. Depois disso, mais um erro francês, com Tchouaméni, batendo para fora.

Ao fim, Montiel tirou um peso dos ombros para anotar o último gol argentino e fazer do país de Messi tricampeão mundial após 36 anos de espera. Em resumo, a "Justiça tarda, mas não falha" e celebra seu artista da bola com uma taça após cinco mundiais em busca da glória.

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