Olímpiadas 2024

Pernambucana pode ser a primeira indígena a representar o Brasil em uma Olímpiada

Em busca da tão sonhada vaga em Paris, na França

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Robert Sarmento

Publicado em 18/05/2023 às 16:00
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A pernambucana Mirelle Leite pode ser a primeira atleta indígena a disputar uma Olimpíada, em 2024. A atleta busca classificação nos 3.000 metros com obstáculos.

Ela é de etnia Xucuru, que fica localizada no distrito de Cimbres, no município de Pesqueira. Aos de 21 anos, é bicampeã sul-americana sub-23 e está na terceira colocação ranking nacional.

Para realizar o sonho, é necessário disputar o maior número de competições possíveis para aumentar a pontuação. No entanto, existia certa dificuldade por dividir com o esporte com o trabalho de diarista.

Reprodução/Neoenergia

Mirelle Leite durante treino no Recife - Reprodução/Neoenergia

Vida dedicada ao esporte

Agora, Mirelle Leite tem a oportunidade de elevar a qualidade dos treinos com equipamentos adequados e uma rotina mais intensa em pistas oficiais de atletismo em São Paulo.

Isso porque a Neoenergia vai patrocinar a indígena, com o custeio de viagens e treinos até os Jogos Olímpicos. Mirelle já tem presença confirmada estão o Pan-Americano do Chile, em outubro.

"Posso dizer que esta é mais uma vitória em uma trajetória difícil como atleta, mulher, indígena e nordestina", afirmou a jovem.

Além do bicampeonato sul-americano (2021-2022), a atleta venceu o título brasileiro na categoria sub-18 (2019), e foi bicampeã brasileira sub-20, em 2020, e bicampeã brasileira sub-23, em 2022.

A Neoenergia conta também com outras duas atletas: a campeã brasileira sub-23 de ciclismo de estrada e de contrarrelógio, Ana Vitória Magalhães, a Tota; e a tricampeã mundial de kitesurfe, Bruna Kajiya.

"Nosso objetivo é o de elevar o esporte feminino e utilizar a plataforma para nos conectarmos com o coração de todas as brasileiras e brasileiros", afirma o diretor de marketing, Lorenzo Perales.

História de Mirelle Leite

Situado em frente ao Castelo de Pesqueira, o terreno do antigo jóquei clube da cidade, há mais de 40 anos, deixou de receber corridas de cavalos e parte da área foi ocupada por moradias.

As medidas da pista, no entanto, resistiram ao tempo e ao crescimento urbano, permanecendo com dimensões semelhantes às raias de atletismo.

Literalmente passando por cima das dificuldades, as mesas de concreto, instaladas na pracinha da cidade, serviam de barreiras para os treinamentos de saltos de corridas com obstáculos.

 
 
 
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Mirelle começou a participar de provas aos 11 anos, mesmo sem ter condições de comprar tênis e roupas apropriadas para as competições.

“Minha mãe dava duro como artesã para garantir alimentação. Quando fui mãe, aos 14 anos, trabalhava durante o dia e treinava de madrugada enquanto meu filho dormia”, relembra.

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