O Santa Cruz vem dando a volta por cima na Série D do Brasileirão. Os tricolores só não lideram o Grupo 3 por conta de três gols de saldo a menos que o Pacajus-CE e não perdem há três jogos.
Na contramão do bom momento dentro de campo, fora dele, a situação é tensa. A crise política envolvendo o não-cumprimento de decisões da Assembleia Geral de Sócios (AGE), os trâmites do processo de Recuperação Judicial, além das reuniões sobre a SAF, estão esgotando a torcida coral.
No último domingo (4), durante a partida contra o Sousa, no Arruda, os tricolores protestaram de maneira mais enérgica. Faixas e gritos contra o presidente Antônio Luiz Neto foram entoados nas arquibancadas do Arruda.
Torcedores do Santa Cruz também atiram copos de cervejas em direção à tribuna presidencial, localizada no setor mais nobre do estádio.
"Eu não vou entrar no mérito fora da minha esfera, em cima de mim para lá, decisões do clube. Não vou entrar. Estou pedindo união porque interfere na equipe. A minha preocupação é o time, os atletas, essa carga para os atletas na hora do jogo não é boa", chegou a comentar o técnico Felipe Conceição.
ENTENDA O CASO:
O Tribunal de Justiça de Pernambuco determinou na última sexta-feira (2), uma mudança significativa no processo de recuperação judicial de Pernambuco.
O juiz Arnóbio Amorim Araújo Júnior afastou por tempo indeterminado o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Marino Abreu, e o presidente da comissão da SAF, Eduardo Cavalcanti.
O motivo alegado foi para "estabilizar o clube neste momento de reestruturação e pacificação". Na mesma decisão, o magistrado também nomeou um interventor, Ricardo Moura Alves de Paula, pelo prazo inicial de 60 dias, para exercer o cargo de presidente do Conselho Deliberativo, sucedendo Marino Abreu.
O juiz também cancelou a convocação da Assembleia Geral de Sócios (AGE), que estava marcada para o dia 17 de junho, que decidiria por devolver aos sócios o direito de votar pela participação em uma futura formação de SAF.
Com a mudança, os 300 conselheiros que entrariam pela deliberação da última AGE, me 8 de maio, só poderão ser integrados na próxima legislatura, no final deste ano, quando a gestão renunciada de Joaquim Bezerra se encerrar.