No último domingo (1º) o Fantástico exibiu uma reportagem comovente. O médico Drauzio Varella, voluntário em presídios há 30 anos, contou a realidade de mulheres transexuais encarceradas. Uma das personagens era Suzy Oliveira que confessou ao médico que há oito anos não recebia visitas. A comoção do relato fez com que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP/SP) divulgasse um endereço para que as pessoas pudessem enviar correspondência à trans.
“CARTAS PARA SUZY: tendo em vista a repercussão da reportagem exibida no Fantástico com a presa trans Suzy Oliveira, que está na Penitenciária I José Parada Neto, a SAP recebeu pedidos interessados em enviar cartas à reeducanda”, diz o texto da secretaria, no Twitter.
CARTAS PARA SUZY: tendo em vista a repercussão de reportagem exibida no Fantástico com a presa trans Suzy Oliveira, que está na Penitenciária I "José Parada Neto", a SAP recebeu pedidos interessadas em enviar cartas à reeducanda, que há 8 anos sem receber visitas. há 8 anos. pic.twitter.com/nvPZahn9o5
— SAP SP (@sapsp) March 2, 2020
Repercussão
Durante a segunda-feira (2) o nome do Dr. Drauzio Varella ficou entre os Trending Topics do Twitter, e muitos usuários relataram a emoção que sentiram ao ver o médico abraçar a trans Suzy após o relato.
Na reportagem, o médico retratou a aceitação pessoal e da sociedade, o mercado de trabalho e dia-a-dia das transexuais nos presídios. “A sensibilidade do dr. Drauzio Varella é um negócio absurdo. Esse cara é o melhor ser humano vivo”, tuitou um usuário.
Drauzio Varella dando um abraço na mulher trans que não recebe visita há 8 anos na prisão é um exemplo a ser seguido. #Fantástico pic.twitter.com/IzEeLfaj7r
— BCharts (@bchartsnet) March 2, 2020
Sensibilidade atrelada à realidade
Não é a primeira vez que o médico surpreende pela sua sensibilidade e empatia com o próximo. Médico voluntário do sistema penitenciário desde 1989, Drauzio relatou suas experiências em uma trilogia de livros. ‘Estação Carandiru’, ‘Carcereiros’ e ‘Prisioneiras’ relatam os anos que o médico passou cara a cara com o sistema prisional brasileiro. Além de tentar colocar em palavras no livro ‘Por Um Fio’ todo o impacto da convivência com a dor e a perspectiva da morte no comportamento de pacientes com câncer e de seus familiares.
País que mais mata transexuais
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) o Brasil é o país que mais mata travestir e transexuais em todo o mundo. De acordo com um dossiê da instituição, 124 pessoas trans foram assassinadas em 2019. O México, que está em segundo lugar no ranking global, reportou metade do número de homicídios.
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