Coronavírus

Mandetta desestimula carreatas e orienta população a ficar em casa

Ministro da Saúde diz que o momento é de pensar em conjunto e planejar, não em penar localmente

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 28/03/2020 às 17:10 | Atualizado em 28/03/2020 às 19:48
AFP
Os dois casos foram em pacientes do coronavírus com comorbidades - FOTO: AFP

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse neste sábado (28), durante entrevista coletiva, que o momento é de ficar em casa para não sobrecarregar o sistema de saúde. Ele também criticou a realização de carreatas para a próxima segunda-feira (30) e convocou a população, governadores e prefeitos a adotar uma ação coordenada, planejada, sem olhar apenas localmente. 

"Se todo mundo começar a ir pra rua sem que os equipamentos de proteção individual cheguem aos profissionais de saúde vai faltar gente e não vai ter gente para trabalhar nos CTIs, por exemplo. As pessoas que estão nos CTIs precisam de profissionais especializados, que sabem tratar pessoas no limiar entre a vida e a morte", alertou. Mandetta afirmou que não existe quarentena vertical nem horizontal, o que existe é planeamento para olhar o todo e planejar o que é possível fazer. 

O ministro também criticou o comportamento de gestores que estão se utilizando de liminares para ir buscar equipamentos, máquinas e respiradores em fábricas. Ele citou o exemplo da Prefeitura de Cotia (SP) que queria confiscar a produção de respiradores, porque a fábrica fica no município, e de governadores que estão buscando máscaras.  

Mandetta também alertou para o perigo do uso da cloroquina em pacientes com sintomas leves, lembrando que a indicação é para casos graves. "A cloroquina provoca arritmia cardíaca e paralisa a função do fígado. Não é para sair da farmácia carregando uma caixa debaixo do braço e levar. Além dela também estamos pesquisando outros medicamentos", adianta. 

O ministro também atualizou em que pé estão a aquisição de EPIs. Estamos fazendo compras seguidas e entregamos 50% da primeira que recebemos para aos hospitais do País, mas não é simples porque alguns equipamentos dependem de importação. Por um tempo, por exemplo, a China deixou de vender aquelas roupas (brancas) que parecem de filma. Tem 10 dias que eles começaram a liberar e está o mundo todo procurando. Por isso não é o momento de agir por impulso e sair de casa. Vamos nos mover com planejamento", orientou.

Questionado se era contra a quarentena, Mandetta afirmou que não era contra, mas que era preciso planejar a hora de sair de casa. Ele destacou que o único momento que o Brasil viveu quarentena foi em 1917, durante a Gripe Espanhola. 

"Os impactos da pandemia chega para todos: sistema de saúde, população e economia. Vejam o caso da Índia, que paralisou tudo. O país é responsável pela produção de uma matéria-prima utilizada na fabricação de vários equipamentos. Dentro de 30,60, 90 dias vai faltar medicamentos no Brasil em consequência disso. Esse é o tipo de bagunça que essa doença traz", analisa. 

BALANÇO

Durante coletiva também foram atualizados os casos no País. Até às 15 horas, os casos confirmados registraram um crescimento de 14% em relação ao dia anterior, totalizando 3.904 casos e 114 mortes. Em Pernambuco, que registrou o primeira morte na última quarta-feira já conta com 68 casos e cinco mortes. O balanço acrescentou 22 mortes e 487 casos confirmados ao total. No balanço anterior, da sexta-feira (27), o Brasil tinha 92 mortes e 3.417 casos confirmados. 

O balanço apontou para o segundo maior aumento diário de casos confirmados no Brasil até agora. Na sexta-feira, foram 503 novos casos. 

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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