Covid-19

Bolsonaro visita obra de hospital e provoca novas aglomerações

Presidente viaja ao interior de Goiás para visitar obra de hospital de campanha

Vanessa Moura
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Vanessa Moura
Publicado em 11/04/2020 às 16:51 | Atualizado em 11/04/2020 às 16:55
Adriano Machado/Reuters
Bolsonaro em visita à obra de hospital em Goiás; acompanhando o presidente estava o Ministro da Saúde, Mandetta e outras autoridades - FOTO: Adriano Machado/Reuters

Mais uma vez indo contra as orientações das autoridades sanitárias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), promoveu intensa aglomeração de pessoas ao visitar uma obra recém-iniciada de um hospital de campanha na cidade de Águas Lindas de Goiás, em Goiás, neste sábado (11).

Os ministros da Saúde, Henrique Mandetta, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos também acompanharam o presidente na vistoria. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também foi convidado.

A imprensa foi barrada e não pôde participar da visita, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, o evento se tratava de uma agenda privada, sem necessidade de cobertura.

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Após a planta do hospital ser apresentada ao presidente e demais autoridades. Bolsonaro seguiu até grupos de simpatizantes, retirou a máscara e cumprimentou os ali presentes, provocando aglomerações.

Durante a visita, os apoiadores do governo gritavam em favor de Bolsonaro e contra o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que vêm discordando da postura do presidente no enfrentamento da pandemia. Cartazes com os dizeres "remédio do Bolsonaro", também foram vistos. A frase é uma referência à hidroxicloroquina, o medicamento, ainda em teste, que tem o uso defendido por Bolsonaro. 

Críticas 

O ministro de saúde, Luiz Henrique Mandetta, que acompanhou de longe a visita do presidente, direcionou algumas críticas ao comportamento do governante e condenou a aglomeração de pessoas no local. "Posso recomendar, não posso viver a vida das pessoas. Pessoas que fazem uma atitude dessas hoje daqui a pouco vão ser as mesmas que vão estar lamentando", afirmou. Diferente de Bolsonaro, o ministro da saúde não se aproximou do grupo de pessoas disposto no local. "Procuro seguir uma lógica de não aglomeração", justificou Mandetta.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado também criticou a postura do presidente. "Ele [Bolsonaro] que deverá explicar esta situação. Esta posição não foi a minha. Ele é o presidente, e eu sou o governador. A minha posição foi a que vocês acompanharam. Esta é a posição que manteremos até o dia 19", afirmou o governador de Goiás.

Também neste sábado (11), a ONG a Human Rights Watch, organização defensora dos direitos humanos, publicou um relatório afirmando que o presidente tem incentivado a população a não seguir o distanciamento social para contenção da Covid-19. No documento, a intituição afirma que Bolsonaro "age de forma irresponsável disseminando informações equivocadas sobre a pandemia".

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