Exercícios físicos

Saiba como evitar lesões com os treinos em casa durante a quarentena

Com as academias, parques e calçadões fechados, devido à pandemia do novo coronavírus, a alternativa é exercitar-se em casa. Mas é preciso tomar cuidado com a prática

Larissa Lira
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Larissa Lira
Publicado em 25/05/2020 às 17:50 | Atualizado em 25/05/2020 às 18:12
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A prática de exercícios em casa deve ser feita, em primeiro lugar, com um acompanhamento profissional - FOTO: FREEPICK

Acordar, tomar café, ler o jornal e fazer exercícios na sala de casa era a rotina matinal do aposentado Antônio Rodrigues, de 63 anos, neste momento de isolamento social por causa do coronavírus. Isso, até ele ter uma lesão no joelho durante a atividade física doméstica. "Sempre fui uma pessoa muito ativa. Antes do coronavírus, corria na praia, fazia natação e frequentava a academia. Quando entrei em quarentena, não quis perder a rotina e comecei a fazer exercícios em casa", relata antônio. 

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Mas essa rotina teve uma pausa quando, ao usar uma carga excessiva para o seu corpo, o aposentado sentiu uma "fisgada" no joelho. "Quando comecei, fazia os exercícios sem o acompanhamento de um profissional. Como sou teimoso e sempre gosto de me desafiar ia aumentando a carga e a intensidade dos exercícios a cada semana. Até que senti meu joelho incomodar e tive que ficar duas semanas de molho", explica. 

O que aconteceu com Antônio tem se tornando constante durante o isolamento social com os treinos feitos em casa, e, na maioria das vezes, sem o acompanhamento de um profissional adequado, assim como ressalta o personal trainer Tyago Costa. "O profissional de educação física tem a competência de instruir em relação à postura, intensidade do exercício, carga e outras variáveis durante a atividade física. Por isso, seja com aulas em grupo gratuitas, disponíveis na internet, ou com o acompanhamento individualizado, como consultoria e personal training online, é importante ter esse auxílio profissional", completa.

Para quem não quer correr o risco de ter uma lesão com práticas mais intensas, mas ainda assim quer movimentar o corpo durante o distanciamento social, o profissional destaca que é importante caminhar, praticar brincadeiras que exijam mais fisicamente, como brincar com as crianças e animais de estimação, ou realizar atividades domésticas e laborais que envolvam algum gasto de energia.

"Essas atividades já são necessárias para minimizar os males da inatividade crônica e do sedentarismo, problemas que podem afetar a saúde metabólica, cardiovascular e mental, deixando as pessoas ainda mais vulneráveis e suscetíveis a contrair o vírus", salienta. 

Como evitar lesões 

Após a lesão, o aposentado procurou um profissional de educação física e começou a ter orientações durante as atividades físicas. Para a influenciadora digital e treinadora do projeto 'Mamãe sarada', Gabriela Cangussu, as principais dicas para evitar as lesões durante a prática de exercícios são respeitar as singularidades e limites de cada corpo, ter cuidado com os implementos utilizados, como pesos e caneleiras, além de se preocupar com a postura e execução dos movimentos. 

"Se a pessoa já sente dores é importante usar a dor como limitação. Se estiver doendo, não faz. Evitar exercícios de alto impacto também é uma opção para quem tem problemas no joelho ou coluna. Também é importante pedir dicas ao profissional para fortalecer essas áreas", ressalta Gabriela.


O profissional de Educação Física Tyago Costa dá mais dicas e também salienta a importância de perceber os sinais do próprio corpo. "Irei usar como exemplo o agachamento, se ao longo das repetições, as coxas apresentarem sensação de queimor e fadiga, é normal, pois é uma resposta esperada do corpo. Mas se os joelhos doerem muito, os calcanhares desencostarem do chão ou a lombar começar a chamar mais atenção do que as coxas, são sinais de que algo pode não estar indo bem."

Outra dica é procurar práticas que, acima de tudo, sejam prazerosas. "Isso favorece o engajamento nos treinos, além de que as respostas fisiológicas que conferem maior bem-estar. Treinar acompanhado também é uma boa, pois é um momento ótimo para dividir com a família ou até mesmo fazer uma videoconferência com alguém que está distante", aconselha. 

Por fim, o profissional aconselha não se cobrar tanto. "O treino não é uma punição. As variações de humor, junto à má relação com a comida e o excesso de inatividade, pelo fato de estar em casa, podem fazer com que as pessoas ganhem peso, mas transformar isso em culpa só vai atrapalhar este processo de autocuidado. Por isso, conduza seus passos com compaixão e busque o seu melhor" conclui Tyago. 



 

 

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