SAÚDE

Veja manual lançado pela Fiocruz para reabertura das escolas no Brasil

Material destaca necessidade de boas práticas de biossegurança

Agência Brasil
Cadastrado por
Agência Brasil
Publicado em 24/07/2020 às 23:15 | Atualizado em 24/07/2020 às 23:53
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Com linguagem acessível, o manual traz orientações para retomada das aulas em segurança - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) lançou, nesta sexta-feira (24), um manual sobre biossegurança para a reabertura de escolas no contexto da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

>> Fiocruz diz que volta às aulas é risco. Escolas se dizem preparadas

>> Veja o protocolo completo do governo de Pernambuco para retomada de aulas em escolas e faculdades

>> Escolas privadas de Pernambuco propõem calendário diferente de retomada das aulas

>> Habilidades socioemocionais poderão ajudar na reabertura das escolas

Com linguagem acessível, o manual traz orientações para retomada das aulas em segurança, além de informações sobre questões sanitárias e formas de transmissão da doença. O manual destaca ainda a necessidade de implementar boas práticas de biossegurança que contribuam para promover a saúde e prevenir a doença nas escolas.

A coordenadora-geral de Ensino Técnico da escola, Ingrid D’avilla, integrante da equipe que elaborou o manual, disse à Agência Brasil que o material está disponível no site da unidade e em alguns portais da Fiocruz, como a Agência Fiocruz de Notícias e o Observatório Covid-19 Informação para Ação, cujo objetivo é disponibilizar informações sobre a covid-19. Com a atualização contínua das pesquisas sobre a doença, o documento deve ser também frequentemente atualizado. Por isso, a opção foi disponibilizá-lo em formato digital, disse Ingrid D'avilla.

Seções

O manual é dividido em quatro seções, e a primeira aborda a própria covid-19. De acordo cm Ingrid, muitos protocolos lançados pelas secretarias municipais e estaduais de Educação e também pelo Ministério da Educação nem sempre traziam informações sobre a doença em si. "[Faltava] o que elas [escolas] precisavam saber sobre a covid-19, as formas de transmissão do vírus", destacou.

Na primeira seção, a equipe da EPSJV trabalha com a atualização científica da covid-19. "Discutem-se fundamentos científicos importantes para a tomada de decisão, com ênfase nos marcos legais e educacionais vigentes no país, e também a partir de conceitos da biossegurança e da vigilância, temas que estruturam o trabalho", disse a coordenadora da escola. Outro destaque da seção é a articulação intersetorial para constituição de políticas no âmbito da educação. Na segunda parte, há disposições sobre como organizar o ambiente escolar para as atividades presenciais. "Fala sobre uso de máscaras, atendimento ao público, como organizar a porta de entrada, as salas de aula, laboratórios, água, alimentação escolar. Fala dos aspectos mais de disposições gerais da organização", acrescentou.

A terceira seção da cartilha trata dos deslocamentos, indicando atitudes individuais em transportes que podem ajudar a proteger vidas.

A última parte do manual fala da saúde do trabalhador da educação e envolve desde os profissionais da limpeza e serviços gerais, de serviços de alimentação e nutrição, até professores e dirigentes das escolas. "Ele é um trabalhador fundamental", ressaltou a coordenadora-geral de Ensino Técnico da EPSJV/Fiocruz.

Ingrid informou que, à medida que os estudos científicos trouxerem novos conhecimentos sobre o vírus e sobre a covid-19, o manual será atualizado, levando em conta também publicações e recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Nosso esforço foi tentar fazer, simultaneamente, uma tradução, porque muitos documentos orientadores das escolas estão em outros idiomas, foram publicados por agências internacionais, e também reunir aquilo que já foi publicado em âmbito nacional."

Plano local

Ingrid enfatizou que, ao mesmo tempo que trata de regulamentações, o manual incentiva as escolas a elaborar seu próprio plano de ação. "O que fazemos é disponibilizar os fundamentos técnicos e científicos que podem organizar a tomada de decisão. Mas entendemos que a tomada de decisão é tanto da parte das autoridades municipais, estaduais e federais quanto da direção das escolas."

Um exemplo são os rodízios de estudantes, questão que Ingrid considera central. O manual destaca a necessidade de reduzir a exposição de pessoas e de mais controle sobre os riscos biológicos no ambiente escolar. Quanto à forma de efetivar os rodízios, ela disse que cabe às escolas determinar. "É importante haver um retorno gradual, parcial, e com intenso monitoramento. Agora, o formato adotado deve expressar escolha com base na realidade local", concluiu.

Diferenças

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz reconhece, no manual, que a realidade das escolas brasileiras é diferente em termos de infraestrutura, recursos financeiros, força de trabalho, interlocução com o sistema de saúde, entre outros fatores, para que possam conseguir uma perfeita adaptação às orientações.

Tudo sobre a covid-19

» Saiba tudo sobre o novo coronavírus

» Estou com sintomas de coronavírus. O que fazer?

» Especialistas alertam sobre sintomas menos comuns do coronavírus

» Veja o que se sabe sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina no combate ao coronavírus

» Veja locais do Recife que atendem pessoas com sintomas leves do novo coronavírus

» Vacina brasileira para o coronavírus entra em fase de testes em animais

» OMS esclarece que assintomáticos transmitem coronavírus: 'Questão é saber quanto'

REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados
Sala de aula vazia - FOTO:REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados
Tcharlie Dayvson Photography
Com linguagem acessível, o manual traz orientações para retomada das aulas em segurança - FOTO:Tcharlie Dayvson Photography

Últimas notícias