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Em homenagem a Duque de Caxias, Dia do Soldado é comemorado nesta terça-feira (25)

Exército Brasileiro faz reverência ao militar fluminense em texto; eventos de homenagem foram suspensos ou simplificados por conta da pandemia

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Publicado em 25/08/2020 às 8:25 | Atualizado em 25/08/2020 às 9:33
Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
A data é uma referência ao nascimento do Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro - FOTO: Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem

O Dia do Soldado é comemorado nesta terça-feira (25). A data é a mesma do nascimento do General Duque de Caxias, em 1803. O mesmo dia para isso não é uma mera coincidência, mas uma forma de prestigiar o Patrono do Exército Brasileiro. Também intitulado como o “pacificador" pela defesa do Império brasileiro durante rebeliões, o militar fluminense é conhecido por sua liderança na Guerra do Paraguai. Ainda, teve passagem pela política, assumindo cargos como senador e Presidente do Conselho de Ministros. Neste ano, contudo, as homenagens serão diferentes por conta da pandemia do coronavírus.

Para seguir os protocolos de distanciamento social e prevenção à covid-19, eventos como a “Corrida Duque de Caxias” foram cancelados e solenidades que são realizadas todo ano foram simplificadas. Sem a permissão de aglomerações, menos militares participam e convidados não estão permitidos. Embora a pandemia tenha impedido algumas das tradicionais homenagens, a personalidade histórica não deixou de ser reverenciada em texto sobre a data.

“Soldado Brasileiro! Para ser digno de todas essas qualidades, tome como exemplo para a sua vida o legado do Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, Patrono do Exército Brasileiro”, diz uma parte do texto publicado pelo Exército Brasileiro.

Leia manifesto 

"Do mais graduado oficial ao recruta recém-incorporado, do vivo galope, coloque seu cavalo ao passo. Faça um intervalo nas complexas tarefas da administração pública nos quartéis-generais. Apenas por alguns momentos, silencie a fuzilaria dos estandes, o ronco dos motores dos carros de combate, das motoniveladoras nas estradas, de norte a sul do Brasil, e os tiros das armas pesadas nos campos de instrução. Alto! Cessar fogo! É tempo de rememorar a personalidade e os feitos de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

Nascido em 1803, na Vila do Porto da Estrela, no município do Rio de Janeiro que hoje leva seu nome, assentou praça no 1º Regimento de Infantaria de Linha da Corte, aos cinco anos de idade. Naquela época, era comum, nas famílias com tradição militar, que os jovens infantes, desde tenra idade, fossem iniciados nas lides castrenses.

De Alferes, em 1818, até Marechal, em 1863, galgou todos os postos da hierarquia militar. Político,  residente do Conselho de Ministros, Deputado e Senador do Império, entre muitas outras funções que exerceu ao longo de sua brilhante carreira, nunca deixou de ser, principalmente, Soldado. Suas atitudes, palavras e pensamentos, sempre calcados na Hierarquia e na Disciplina, em qualquer situação, seja no meio civil, seja no militar, patentearam o Duque como amálgama de virtudes do cidadão e do combatente
terrestre.

Mas, de Caxias, não basta admirar os feitos, nem seus relevantes serviços prestados à Nação brasileira. A suprema homenagem à sua memória é renovar, nesta data, o firme propósito de tê-lo como exemplo de Cidadão e de Soldado, cultivando, em cada um de nós, as qualidades que em tão alto grau ele possuía.

Soldado Brasileiro! Em missões reais na faixa de fronteira ou nas operações de garantia da lei e da ordem, em apoio a órgãos de segurança pública, nas ações de socorro à população afetada por calamidades de toda a espécie, dos Pampas à imensidão amazônica, nas patrulhas terrestres e fluviais ou empregando os meios aéreos da nossa Aviação, guarnecendo instalações altamente sensíveis e combatendo delitos transfronteiriços e ambientais, quando o sono, o frio e o cansaço lhe abaterem a face, lembre-se de Caxias nas Campanhas do Prata, doente e assoberbado de trabalho, mas sempre inflamado no mais saudável e cativante entusiasmo.

Soldado Brasileiro! Quando a verdade transfigurada, a notícia infundada ou a narrativa manipulada lhe aviltar a honra, tentando desacreditar a grandeza da sua missão, antes de voltar-se contra esse injusto menosprezo, lembre-se de que a calúnia também tentou tisnar a glória de Caxias, mas isso não impediu que o Guerreiro fosse também Pacificador, mostrando assim que, se era boa a têmpera da espada, melhor
era seu coração.

Soldado Brasileiro! Nas Operações Internacionais de Paz em curso no Sudão do Sul, na Costa do Marfim, no Líbano e em muitas outras que contam com contingentes de militares brasileiros, ou nas atividades de caráter humanitário, como a Operação Acolhida, quando a distância e a saudade dos entes queridos dominarem seus pensamentos, alente-se pelo exemplo legado por Caxias, ao demonstrar completo desprendimento e espírito de sacrifício, deixando as comodidades e o conforto do lar para defender a integridade territorial do País na Balaiada, durante as Revoltas Liberais em São Paulo e Minas Gerais e na Revolução Farroupilha.

Soldado Brasileiro! Ao atender ao chamado da Pátria para cooperar com as agências governamentais em obras de infraestrutura, pavimentando, perfurando, transpondo ou construindo; no combate aos incêndios florestais e à pandemia da covid-19, realizando ações de desinfecção, doações de sangue, produção de equipamentos de proteção individual e levando apoio médico e logístico nos centros urbanos e nas mais longínquas aldeias indígenas da Brasileira Amazônia, assim como Caxias, não espere louvores ou reconhecimento. O Velho Marechal dispensou qualquer espécie de ostentação em suas honras fúnebres, assim exprimindo seu último e humilde pedido: “só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e de melhor conduta, dos corpos da guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão”.

Soldado Brasileiro! Quando os arautos do pessimismo ou os analistas de plantão tentarem fazer surgir na sua imaginação a falsa impressão de um futuro sombrio para a nossa Nação, evoque a imagem de Caxias, sempre cheio de fé e amor pátrios, pois ela despertará a mais viva esperança nos destinos de um Brasil mais justo e soberano. Soldado Brasileiro! Se o destino o levar aos campos de batalha na defesa  intransigente da Pátria, missão precípua para a qual é preparado e equipado, e o fragor da peleja
entorpecer seu poder de combate, não olvide Itororó, quando Caxias, ereto no cavalo, a espada curva desembainhada, arrojou-se impávido sobre o inimigo, acompanhado pelos batalhões galvanizados pelo chamamento “Sigam-me os que forem brasileiros!”. A carga foi irresistível e o oponente completamente derrotado.

Soldado Brasileiro! Para ser digno de todas essas qualidades, tome como exemplo para a sua vida o legado do Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, Patrono do Exército Brasileiro.

Viva o Duque de Caxias! Parabéns, Soldado do Exército Brasileiro!

Brasil Acima de Tudo!"

Duque de Caxias

Luís Alves de Lima e Silva nasceu em Vila do Porto da Estrela, em uma família de militares. Em 1823, com apenas 20 anos, participou da campanha pelo reconhecimento da independência na Bahia como tenente. Promovido a capitão, conduziu a linha de frente brasileira na Guerra da Cisplatina em 1825. Foi nomeado major e chefia o batalhão do imperador até 1831. Em 1840, combateu os focos de resistência ao governo central no Maranhão e no Piauí.

Em recompensa pela pacificação das duas províncias, foi elevado ao posto de brigadeiro e recebe o título de barão de Caxias. Como comandante das Armas da Corte, reprimiu a Revolução Liberal de 1842 em São Paulo e em Minas Gerais e dirige as tropas imperiais contra a Revolta dos Farrapos. Em 1845, dom Pedro II o indicou para o Senado pelo Rio Grande do Sul. O militar lidera as tropas do Exército nas guerras platinas em 1851 e exerce, depois, a Presidência da província gaúcha. Em 1866, chefiou as forças brasileiras na Guerra do Paraguai e conquistou Assunção em 1869. No mesmo ano recebeu o título de duque de Caxias. Morreu na cidade de Barão de Juparanã, no Rio de Janeiro.

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