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Entenda como funciona o sistema de segurança das urnas eletrônicas

Adotadas no Brasil desde 1996, as urnas eletrônicas constituem parte de um sistema de voto informatizado com mais de 90 verificações eleitorais de segurança embutidas, segundo TSE

Débora Oliveira
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Débora Oliveira
Publicado em 02/10/2020 às 10:48 | Atualizado em 02/10/2020 às 11:26
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Atualmente, existem sete modelos de urnas no Brasil, sendo a de 2020 a mais avançada e a de 2006 a mais antiga. - FOTO: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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Matéria produzida pelo projeto Confere.ai em parceria com o Jornal do Commercio. - confere.ai

O Brasil é um dos 26 países que utilizam a votação informatizada em eleições nacionais no mundo, segundo levantamento do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA). Apesar de serem usadas há 12 eleições sem apresentar fraudes no processamento dos votos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as urnas eletrônicas vez ou outra tornam-se alvo de desinformações que questionam sua segurança. Por isso, é importante conhecer como funciona o equipamento que usamos durante as eleições.

Para votar, os brasileiros digitam os números correspondentes aos seus candidatos nas máquinas, conferem a relação com a imagem, nome do candidato, número e sigla do partido expostos na tela e confirmam. O som característico junto ao texto “FIM” marca a conclusão do processo para o eleitor. As urnas registram o voto e o transmitem para os servidores do TSE, único desenvolvedor, desde 2005, dos hardwares e milhares de programas computacionais que compõem o sistema de voto informatizado.

Os componentes e a computação dos votos

As urnas eletrônicas são microcomputadores com funções específicas e que não possuem conexão a dispositivos de rede, em outros termos, não têm acesso à internet. Os equipamentos possuem dois terminais, um para o eleitor e outro para o mesário, este responsável por escanear a impressão digital para confirmar a identidade do eleitor e aquele pela computação do voto.

O hardware (parte física) possui dois dispositivos de gravação dos resultados: um semelhante a um pen drive, e a memória flash, como os cartões utilizados em câmeras fotográficas. A máquina tem 15 cm de altura, 27 de profundidade, 42 cm de largura, e pesa em média 8 kg. O teclado tem dez algarismos e três botões: branco, corrige e confirma. Segundo o TSE, isto permite a interação de pessoas analfabetas e deficientes visuais com o equipamento.

Os votos armazenados são criptografados no fim da votação e enviados para uma junta eleitoral, de onde são transmitidos para o TRE por meio de rede exclusiva ou satélite. Através de um código único que funciona como a identidade dos programas gerados nas urnas, o TRE verifica se ele é o mesmo gerado em cerimônia pública de geração dos códigos de identificação (hashes). Essa cerimônia é exigida por lei e participam representantes de partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), órgãos governamentais e pessoas autorizadas em resolução específica.

Atualmente, existem sete modelos de urnas no Brasil, sendo a de 2020 a mais avançada e a de 2006 a mais antiga. A partir do modelo de 2006, o sistema utilizado é o Linux, software de código aberto. As urnas de 2020 prometem reforçar a cadeia de segurança com chaves criptográficas certificadas pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que é a Autoridade Certificadora Raiz da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). O ITI é uma autarquia vinculada à Presidência da República.

Procedimentos de segurança adotados pelo TSE

A Cerimônia de Votação Paralela ocorre um dia antes da eleição, por meio de sorteio de urnas já instaladas nos locais de votação. As urnas sorteadas são levadas ao TRE e substituídas por novas preparadas da mesma forma. No dia da eleição as selecionadas são submetidas a uma votação paralela onde os votos depositados nas urnas são registrados fisicamente. “Cada voto é registrado numa cédula de papel e, em seguida, replicado na urna eletrônica, tudo isso registrado em vídeo. Ao final do dia, no mesmo horário em que se encerra a votação, é feita a apuração das cédulas de papel e comparado o resultado com o boletim de urna”, explica o chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE, Rodrigo Coimbra.

Além disso, o órgão realiza, desde 2009, Teste Públicos de Segurança, em um esforço para assegurar a confiabilidade do sistema de votação. A impossibilidade de identificação do eleitor é um dos argumentos do TSE para a valorização das urnas brasileiras.

Evolução do voto informatizado no Brasil

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Matéria produzida pelo projeto Confere.ai em parceria com o Jornal do Commercio. - FOTO:confere.ai

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