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Números baixos de hospitalizações e mortes pelo coronavírus na Europa podem indicar rumo do Brasil

A maior parte das mortes nos países europeus tem se concentrado em regiões que inicialmente haviam sido poupadas

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Publicado em 16/10/2020 às 15:48 | Atualizado em 16/10/2020 às 15:56
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O reforço das restrições para desacelerar a propagação da covid-19 e a demora na vacinação irão atrasar ainda mais a recuperação econômica na Europa - FOTO: VINCENZO PINTO/AFP

Com informações da Folha de S.Paulo

Com mortes e hospitalizações em decorrência do coronavírus estando abaixo dos picos registrados nos piores momentos da pandemia na Europa, mesmo com os números de casos continuando a subir, há uma grande diferença entre a curva de doentes e óbitos causados pela covid-19. No Brasil, a tendência é que ocorra o mesmo. 

A maior parte das mortes nos países europeus tem se concentrado em regiões que inicialmente haviam sido poupadas, enquanto os locais que mais foram atingidos pela pandemia, os óbitos estão abaixo da média. O único país em exceção é Portugal, em que o aumento de hospitalizações e mortes é mais significativo.

No Brasil, onde a pandemia do novo coronavírus chegou após um grande número de casos e mortes terem sido registrados na Europa, a tendência é que a pandemia siga o mesmo rumo do continente europeu e que a atual situação vivida por essa população seja um exemplo de como tratar a reabertura da economia e até manter o isolamento ou não das áreas mais afetadas.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nessa quinta-feira (15), o Brasil atualmente tem 5.169.386 casos de pessoas infectadas pela covid-19, com 152.460. Ainda nessa quinta, o país registrou 713 mortes e 28.523 novos casos da doença.

Europa se prepara para novas restrições

Mesmo o número de hospitalizações e mortes estarem diminuindo no continente,  diversos países europeus, como Alemanha e França, finalizam as medidas para tentar frear o preocupante avanço dos contágios e evitar os momentos mais duros da primeira onda da pandemia do novo coronavírus. Com mais 244.000 vítimas fatais e 6,7 milhões de casos, a Europa é a região do mundo em que a pandemia avançou mais durante a semana passada, dados que provavelmente serão repetidos na semana em curso. A covid-19 já provocou pelo menos 1,08 milhão de mortes no mundo e 38,2 milhões de contágios.

Nessa quarta-feira (14), foi anunciado que a chanceler Angela Merkel deseja impor novas restrições na Alemanha. Entre as medidas, estão a ampliação do uso obrigatório de máscara, ou antecipar o horário de fechamento de bares e restaurantes nas zonas onde a taxa de contágio alcançar 35 casos para cada 100.000 pessoas durante sete dias consecutivos, em vez de 50 por 100.000, como prevalece atualmente.

Ainda na quarta, a Alemanha anunciou 5.132 novos contágios declarados em 24 horas, o que representa o maior aumento em apenas um dia em seis meses, segundo o Instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch. O governo destaca que os números podem melhorar com "determinação e vontade da sociedade em seu conjunto".

Na Espanha, bares e restaurantes da Catalunha permanecerão fechados por pelo menos 15 dias, desde a noite dessa quinta-feira (15), para frear o avanço da pandemia de covid-19. "É uma medida dolorosa, mas necessária", afirmou em um discurso o presidente regional encarregado, Pere Aragonés.

A Catalunha se une, assim, a outras regiões - como Madri, Andaluzia, Navarra e Galícia -, que decretaram medidas para combater o aumento dos contágios. A Espanha registrou até a quarta-feira um balanço de 33.000 mortes provocadas pela covid-19.

Na França, o presidente Emmanuel Macron discursará sobre a situação do país e, provavelmente, anunciará novas medidas nesta quarta-feira à noite. O país tem 1.633 pessoas em UTIs, com assistência respiratória, devido à covid-19. A capacidade nacional é de 5.000 leitos. A França registrou, até essa quarta, 33.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Também na quarta-feira, o governo autônomo da Irlanda do Norte anunciou as restrições mais duras impostas atualmente em todo Reino Unido contra o coronavírus, em meio a uma maior pressão sobre o primeiro-ministro Boris Johnson para que adote medidas similares na Inglaterra. "É preciso uma intervenção urgente para interromper a propagação do vírus e evitar o agravamento da situação", afirmou a chefe do Governo norte-irlandês, Arlene Foster.

O país vai restringir o horário de funcionamento de bares e restaurantes, limitará as reuniões, determinará o fechamento de salões de beleza e adotará novas normas para os supermercados. Além disso, o governo pediu o retorno do trabalho remoto e do ensino a distância. Com 1,9 milhão de habitantes, a Irlanda do Norte registrou mais de 800 novos casos diários na última semana.

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