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TSE e redes sociais anunciam medidas para conter desinformação nas eleições

Plataformas implementaram páginas específicas com dados do TSE sobre as eleições, além de funções para frear boatos

Débora Oliveira
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Débora Oliveira
Publicado em 19/10/2020 às 18:03 | Atualizado em 10/12/2020 às 15:19
NE10
O "dialeto" tiktoker é formado por palavras e expressões em inglês. - FOTO: NE10

Este mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou parcerias com o Facebook, o Twitter, a Google e a ByteDance, criadora do Tiktok, para as eleições municipais de 2020. Além de medidas para conter a disseminação de desinformação, o órgão criou canais e campanhas informativas nas plataformas para incentivar a consulta de fontes oficiais.

Desde o início do ano, os aplicativos WhatsApp, Instagram, Facebook, Google, Youtube, Twitter e TikTok ganharam novas funções com o objetivo de promover a checagem nas plataformas e diminuir o alcance de conteúdos desinformativos. Conheça essas e outras atualizações em conjunto com o TSE.

Saiba quais foram as medidas tomadas pelas plataformas

WhatsApp

Reprodução/WhatsApp
Usuários podem checar as mensagens que receberam ao clicar na lupa - Reprodução/WhatsApp

Em agosto, o WhatsApp passou a disponibilizar a função de pesquisa em mensagens que foram encaminhadas mais de cinco vezes. Elas aparecem com uma lupa ao lado, além de serem identificadas com duas setas (e não uma, como nas mensagens encaminhadas convencionais). Dessa forma, o usuário pode pesquisar rapidamente no Google sobre a mensagem que recebeu.

Além disso, o encaminhamento na plataforma está limitado a cinco conversas por vez. Após isso, cada conta só pode encaminhar a mesma mensagem para uma outra conversa a cada envio. Os disparos em massa e a utilização de robôs para a prática estão proibidos pelos Termos de Serviço do aplicativo e pela legislação eleitoral. Contas que violem essas regras serão banidas.

O chatbot de checagem do WhatsApp, desenvolvido em parceria com a Rede Internacional de Fact-checking (IFCN), agora está disponível também em português. Temas eleitorais que sejam relacionados à covid-19 poderão ser checados. Para receber checagens, basta mandar um “oi” para o número +1 (727) 291 2606 ou acessar o robô por este link.

Novidades com o TSE

  • Chatbot para tirar dúvidas sobre as eleições. Para ter acesso a informações oficiais do TSE no WhatsApp, basta adicionar o número +55 61 9637-1078 ou acessar o link https://wa.me/556196371078 e mandar uma mensagem para a conta.
  • Pacote de figurinhas sobre as eleições. O download pode ser feito clicando aqui.
  • O TSE criou um formulário para denúncias de disparos em massa no WhatsApp, acesse aqui

Facebook e Instagram

O Facebook criou uma biblioteca de anúncios sobre temas sociais, eleições ou política que pode ser acessada por qualquer pessoa. Nela os eleitores podem checar o total de gastos dos candidatos com publicidade na plataforma e no Instagram. Além disso, os anúncios sobre política e eleições passam a serem identificados com selos de “Pago por” ou “Propaganda eleitoral” e ficarão armazenados na Biblioteca por sete anos, mesmo depois de inativos.

Quem desejar criar um anúncio político na plataforma deve confirmar residência no Brasil e número da identidade, CPF ou CNPJ. Recentemente, o Facebook apagou 2,2 milhões de anúncios com propagandas políticas com conteúdo desinformativo nos Estados Unidos, onde atualmente ocorrem as eleições presidenciais.

Novidades com o TSE

  • Megafone: nos dias anteriores às eleições, o Facebook enviará mensagens ao feed de notícias dos usuários brasileiros sobre a organização e medidas sanitárias que serão tomadas no dia de votação (15 de novembro).
  • O Instagram também disponibilizará um pacote de figurinhas com a temática das eleições para os stories. Além disso, a plataforma se uniu ao TSE para divulgação de campanha sobre mais mulheres na política.
  • Durante setembro, o Facebook ofereceu cursos de capacitação para os servidores dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) sobre as medidas de combate à desinformação adotadas pelas plataformas.

Google e Youtube

No ano passado, o Google divulgou um documento detalhando como combate a desinformação em suas plataformas, que incluem o Youtube. No Brasil, a empresa também promove ações voltadas ao combate de boatos sobre o novo coronavírus, que incluem um painel no topo da página de resultado da Busca e um microsite só com informações oficiais sobre a pandemia. Agora, em parceria com o TSE, quando os usuários buscam por “Como votar” ou “Cadastro eleitoral”, um painel mostra as respostas para perguntas frequentes e cuidados sanitários indicados pelo TSE para o dia de votação. No Youtube, canais verificados são priorizados nos resultados das buscas pelos mesmos termos. Confira o documento completo que firma a parceria.

Para denunciar conteúdos enganosos, os usuários podem recorrer ao suporte de reclamação para anúncios e de produtos em geral da empresa.

Outras medidas

  • Os anúncios eleitorais devem conter a palavra-chave “propaganda eleitoral” no corpo, com a identificação do candidato ou partido, além do CPF ou CNPJ do anunciante.
  • O Google promoverá lives nas redes sociais da empresa e do TSE sobre os protocolos sanitários para o dia da votação e mitos sobre as eleições.
  • Notícias desmentidas aparecem com um selo de verificação no Google Notícias e Google Imagens.

Twitter

No Twitter, após um usuário buscar por termos relacionados ao pleito, o resultado no topo da lista será um link para a página do TSE com informações sobre o período eleitoral e dados de prevenção à covid-19. Ao escrever usando #Eleições2020, os usuários ativam um emoji exclusivo sobre o tema, que aparece ao lado da hashtag. Outro, ativado com o uso da hashtag #SeuVotoTemPoder, destaca a importância da participação popular no processo eleitoral e é parte da campanha do TSE sobre o assunto. Segundo o Twitter, as ações servem para estimular o debate na plataforma.

Outras medidas

  • Apoio à transmissão e eventos ao vivo realizados pelo Tribunal.
  • Otimização dos conteúdos do @TSEjusbr pela conta do @TwitterBrasil
  • Proibição da propaganda eleitoral monetizada na plataforma.
  • Treinamentos para as equipes de Comunicação do TSE e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) sobre as melhores práticas de uso do Twitter no período eleitoral.

TikTok

Novidade este ano, o aplicativo TikTok abriu um canal direto de contato com o TSE para envio de denúncias de conteúdos nocivos sobre temas eleitorais. Na plataforma, o perfil oficial do órgão é identificado por @tsejus. Além disso, a rede social de vídeos se comprometeu a criar uma página para centralizar as informações sobre as eleições municipais de 2020. Propagandas eleitorais pagas não são permitidas.

Sobre a parceria com a plataforma, o presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, afirmou ser fundamental para conscientizar o público mais jovem. “Precisamos atrair jovens idealistas, com novos valores para a vida pública, para se interessarem pelo Brasil e ajudarem a pensar o país”, pontuou.

Além destas, o Pinterest, rede social de imagens, mantém para o Brasil a mesma política utilizada nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A plataforma informou que, no período eleitoral, limita as recomendações de conteúdo que tenham a ver com o assunto. Propagandas pagas ainda não funcionam no país.

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