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Depois de Pujol, Mourão reforça: "Política não pode estar dentro do quartel"

Para Mourão a disciplina e hierarquia podem ser afetadas

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Agência Estado
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Publicado em 13/11/2020 às 16:25 | Atualizado em 13/11/2020 às 16:26
Romério Cunha/VPR
O vice presidente tem evitado misturar os assuntos - FOTO: Romério Cunha/VPR
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que a "política não pode estar dentro do quartel". Mourão concordou com a visão do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que disse nesta quinta-feira, 12, que as Forças Armadas não têm interesse em se envolver com a atividade política partidária.
"Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela dos fundos. O comandante do Exército coloca claramente o que é a nossa posição", destacou Mourão ao falar com jornalistas na portaria da vice-Presidência no Palácio do Planalto nesta tarde. Segundo ele, as Forças Armadas sofreram, antes de 1964, com uma politização "que só serviu para causar divisão".
Ontem, em participação online em evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, o comandante Pujol afirmou que nos últimos dois anos o Ministério da Defesa e as Forças Armadas se preocupam exclusivamente com "assuntos militares". "Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis", disse Pujol.
Nesta sexta, 13, ao comentar a fala do comandante, Mourão lembrou que "os próprios regulamentos dizem que ao militar é vedado participar de eventos políticos partidários". Ele justificou dizendo que "a política tem paixões" que podem levar a debates que causem divisões. As restrições do envolvimento com a política valem, em especial na visão de Mourão, para militares da ativa.
"O problema é o seguinte, nós que somos da reserva é uma outra situação. Os militares da ativa, esses realmente não podem tá participando disso", argumentou ao responder sobre a capacidade do cidadão de dissociar as Forças Armadas do governo, uma vez que militares ocupam cargos de ministros e de segundo escalão.
"A nossa legislação foi mudada, no período de 64, porque exatamente o camarada era eleito, participava de processo eleitoral, e depois voltava pra dentro do quartel, então isso não era salutar", observou.
 

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