Racismo

Movimento 'Black Lives Matter' critica Mourão e apoia protestos no Brasil

Organização que ganhou força após a morte de George Floyd nos Estados Unidos solidariza-se com os movimentos contra a morte de João Alberto Freitas dentro de uma loja do Carrefour

JC
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Publicado em 21/11/2020 às 19:48 | Atualizado em 21/11/2020 às 19:48
REPRODUÇÃO
A fiscal aparece nas imagens das agressões - FOTO: REPRODUÇÃO

Os protestos contra a morte de João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos que foi espancado até a morte em uma loja do Carrefour em Porto Alegre, ganhou um apoio de peso neste sábado (21). O movimento "Black Lives Matter", que luta contra o racismo nos Estados Unidos, prestou solidariedade ao Brasil pelo Twitter e convocou as pessoas do mundo inteiro a engrossar um boicote global contra a rede varejista. O movimento também comentou a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão, dizendo que no Brasil não existe racismo.

Em matéria do UOL, o portal diz que numa primeira publicação, o movimento colocou uma imagem que convoca pessoas do mundo inteiro a boicotar o Carrefour, supermercado onde aconteceram as agressões. É uma rede francesa, com lojas no mundo todo, portanto os movimentos negros estão pedindo esse boicote mundial, reforçado agora pelo “Black Lives Matter", organização que ganhou força após a morte de George Floyd nos Estados Unidos.

"Somos solidários às pessoas que protestam no Brasil depois que João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, foi assassinado por seguranças do supermercado Carrefour, sendo um deles um policial militar temporário de folga. João foi brutalmente atacado em 19 de novembro, apenas um dia antes do Dia da Consciência Negra no Brasil", relatou o movimento "Black Lives Matter" no Twitter.

MOURÃO

A declaração de Mourão também foi comentada pelo movimento. Ele disse que não existe racismo no Brasil e reforçou que isso é "uma coisa que querem importar". O "Black Lives Matter" discordou. "O vice-presidente do Brasil diz que 'racismo não existe no Brasil. Isso é algo que eles querem importar aqui'. Não aceitamos a resposta do vice-presidente nem o Carrefour", manifestou o movimento, reforçando o convite ao boicote.

O "Black Lives Matter" defende que o caso precisa ser tratado como consequência do racismo estrutural. "Não aceitamos que as responsabilidades se concentrem em ações individuais, não naqueles que criam e mantêm estruturas racistas. Isso é inaceitável. Isso é perigoso. É por isso que devemos nos juntar às chamadas do Brasil. Estamos aqui para defender a justiça", concluiu o post.

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