CUIDADOS

Aplicativos auxiliam pais a supervisionar uso de dispositivos pelas crianças

Ferramentas disponíveis não devem substituir os cuidados dos responsáveis

JC
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Publicado em 25/11/2020 às 17:19 | Atualizado em 25/11/2020 às 17:25
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É possível utilizar a tecnologia para auxiliar no controle - FOTO: Reprodução/Pixabay

Com o isolamento social vivido por conta da pandemia da covid-19, se tornou cada vez mais comum que as crianças passem o dia em casa utilizando aparelhos eletrônicos. Mas, o universo online pode trazer alguns riscos para os pequenos ou até mesmo para os pais. Buscando evitar possíveis problemas, o controle dos aparelhos pode ser assumido pelos responsáveis.

Nesta semana, a história de Luiz Antônio, de 3 anos, circulou pela internet. O menino pediu 400 reais em comida utilizando o telefone da mãe sem que ela soubesse. A mãe só descobriu o pedido do filho quando a comida foi entregue.

>> Menino de 3 anos gasta R$ 400 em lanches no cartão da mãe, no Recife

Conheça a história:



Os pais e responsáveis que desejam evitar esse tipo de situação podem recorrer ao auxílio da tecnologia para realizar o controle dos filhos no universo online. Alguns aplicativos disponíveis podem ser configurados pelos adultos para limitar o uso do celular.

É o caso do AppBlock, capaz de realizar o bloqueio de aplicativos. Nele, é possível definir as condições para o bloqueio, como tempo de uso, por exemplo. O usuário também pode escolher quais sites e aplicativos ficarão bloqueados.

O Google também disponibiliza o Family Link para Crianças e Adolescentes. Através dele, os pais podem controlar o uso do celular pelas crianças. A ferramenta permite a visualização dos aplicativos mais acessados e bloqueio do dispositivo, por exemplo. Nos celulares android, também é possível definir condições para o uso da Google Play Store, onde os pais podem limitar as compras feitas pelos pequenos.

Outra opção é o Applock. Através dele o adulto tem a possibilidade de definir horários para o uso de apps, jogos e recursos do smartphone, além de limitar o uso a inserção de uma senha.

A psicóloga Ana Ferraz explica que o ideal é supervisionar a criança durante o uso. "Não existe proteção melhor do que o olhar atento. O ideal é estar presente e acompanhar o que a criança está acessando. Infelizmente, elas estão expostas a diversos riscos na internet e nem sempre é possível fazer esse acompanhamento, então o pai pode usar essas ferramentas que já existem pra auxiliar, desde que se tenha o entendimento de que é apenas uma ajuda, que não substitui a supervisão dos pais. Também é preciso estabelecer uma relação de confiança, pra que ela saiba que pode contar com o adulto caso alguma coisa aconteça", afirma.

O diálogo com os filhos também é essencial nesse processo, segundo a psicóloga. "Antes mesmo de fazer alguma imposição, é importante explicar pra criança o motivo, sempre de uma maneira que ela compreenda. Ela precisa entender que o limite do tempo de uso, por exemplo, tem uma justificativa. Dessa maneira você aumenta as chances de que ela respeite essa regra", avalia.

Perigos

O risco do uso sem supervisão da internet vai além do possível prejuízo financeiro. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, 15% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos viram na internet imagens ou vídeos de conteúdo sexual; 18% de 11 a 17 anos receberam mensagens de conteúdo sexual; e, 11% dessa faixa etária dizem que já pediram para eles, na internet, uma foto ou vídeo em que apareciam pelados.

Quase um terço das meninas (31%) e um quarto dos meninos (24%) foram tratados de forma ofensiva na internet. Dentre eles, 12% tinham entre 9 e 10 anos e 37% entre 15 e 17 anos. Um a cada dez diz que contou para um amigo ou amiga da mesma idade e 9%, para os pais ou responsáveis.

Supervisão

O estudo também revelou que a maior parte dos pais e responsáveis (80%) diz que conversa sobre o que as crianças e adolescentes fazem na internet; 77% dizem que ensinam jeitos de usar a rede social com segurança; e, 57%, que sentam junto com eles enquanto usam a internet, falando ou participando do que estão fazendo.

“A internet, assim como os ambientes offline, colocam as crianças e adolescentes expostas a oportunidades e também a muitos riscos. Nesse sentido é determinante a mediação parental para uso da internet. O que a gente sempre reforça é a participação de pais e responsáveis num diálogo e mediação ativa. Em um diálogo com crianças e adolescentes para saber que atividades realizam online e saber como têm participado desse ambiente para uso seguro e responsável”, afirma a coordenadora da pesquisa, Luisa Adib.

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