Uma pesquisa realizada pelo dfndr lab, laboratório da empresa PSafe, revela que 63% dos entrevistados já recebeu links de falsas lojas ou de falsas promoções, e que 73% admite ter medo de comprar online. O estudo mostra também que 16% dos respondentes já teve seu cartão de crédito clonado, o que indica que um a cada seis brasileiros teria sido afetado pelo golpe.
De acordo com o diretor do dfndr lab, Emilio Simoni, a desconfiança em relação às compras online criou um novo hábito em brasileiros. “87% dos entrevistados diz que antes de fazer uma compra online sempre busca mais informações, para garantir que aquele site é confiável. E eles estão corretos em se precaver, os phishings relacionados a falsas ofertas da Black Friday atingiram mais de 45 mil pessoas no último ano.”
A pesquisa entrevistou 11.274 brasileiros e apontou que para a black friday 48% gostariam de comprar produtos eletrônicos. Logo depois, estão os desejos de compra de aparelhos celulares (42,25%) e vestuário (33,66%).
Phishing
O golpe de phishing é uma das principais formas de clonagem de cartões de crédito. Ainda sem tradução para o português, o termo deriva do inglês fishing, ou seja, “pescaria”. Para aplicar o ataque, o fraudador lança uma “isca” persuasiva a fim de atrair a vítima e “pescar” suas informações pessoais ou financeiras. Durante anos, o Brasil foi o país que mais disseminou ataques de phishing no mundo, segundo ranking da empresa de cibersegurança Kaspersky. “Por ter uma falta de educação digital, o brasileiro cai muito fácil. Essa capacidade para detectar o ataque está muito relacionada com a vivência do usuário no mundo virtual”, comenta o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini.
O phishing também é um tipo de desinformação, cujos danos são ainda mais perceptíveis. Um dos golpes com maior repercussão deste ano envolveu a rede de streaming Netflix. Uma mensagem que circulou no WhatsApp afirmava que a plataforma teria liberado o acesso gratuito em função do isolamento social. Em março, o dfndr lab registrou mais de um milhão de acessos ao link fraudulento.
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Recomendações para não cair em golpes
Denúncias e casos de golpes de phishing aumentaram durante a pandemia. “Você pode ser abordado imediatamente por um criminoso com um perfil falso parecido com o verdadeiro, que muda uma letrinha, alguma coisa, e já irá tentar furtar o seu whatsapp. Você não presta muita atenção, não vê que a página que curtiu é diferente da que entrou em contato com você, e termina fornecendo os dados”, relata o delegado Eronides Meneses.
Em Pernambuco, golpes cibernéticos estão atualmente sendo investigados pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, que integra o DRACCO, o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil de Pernambuco.
Para alterar esse cenário é preciso entender quais os tipos de golpes e como as ferramentas funcionam. “Não adianta mais colocar uma senha difícil, é preciso mudar a senha mensalmente e ativar a verificação em dois fatores por SMS”, diz o delegado.
O diretor do dfndr lab Emilio Simoni também especifica alguns dos cuidados necessários para quem deseja deixar o medo de lado e comprar online nesta Black Friday. “Nunca informe dados pessoais ou bancários sem que tenha absoluta certeza da confiabilidade dos sites e, em caso de dúvida, evite passar qualquer informação sigilosa”.
É importante checar
O Dfndr disponibiliza uma ferramenta online que analisa se há a presença de malwares, vírus e outras características de fraudes. Já a Kaspersky oferece um aplicativo que verifica os links enviados no WhatsApp. Os serviços são gratuitos. O Google publicou um quiz educacional que ensina sobre técnicas para identificar características do phishing em e-mails spams. Conheça: phishingquiz.withgoogle.com
Confere.ai
O Confere.ai é a primeira plataforma de verificação automática de conteúdos do Nordeste. A ferramenta utiliza técnicas de inteligência artificial para detectar se uma notícia possui características de uma desinformação. Para utilizá-la, basta acessar ‘www.confere.ai’ e colar o link ou texto a ser checado. Você receberá como resposta o nível de desinformação presente no conteúdo checado, que pode ir de mínimo - selo para links ou textos com poucos indícios de serem enganosos - a crítico, para notícias com muitas características de desinformações.
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