INCIDENTE

Em Curitiba, monomotor que transportava vacinas contra a covid-19 entra em rota de colisão com avião da Gol

Os aviões teriam ficado a uma distância vertical inferior a 1000 pés, com grande risco de se chocarem

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JC, Agência Brasil

Publicado em 20/01/2021 às 15:45 | Atualizado em 20/01/2021 às 15:45
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Um monomotor do Governo do Paraná que estava transportando vacinas contra a covid-19 quase se chocou com um avião da Gol na manhã desta terça-feira (19), em Curitiba. Nas redes sociais, um registro mostra que o monomotor realizou uma curva errada e entrou na rota de colisão com o Boeing 737-800. 

Os aviões teriam ficado a uma distância vertical inferior a 1000 pés, com grande risco de sofrerem uma colisão. No momento da aproximação, o avião da gol estava próximo de pousar no Aeroporto de São José dos Pinhais, na capital do Paraná. Já o monomotor estava decolando do Aeroporto Bacacheri, que também fica em Curitiba. 

Como o monomotor não possui o sistema que evita colisão entre as aeronaves, o aviso da proximidade com o Boeing foi dado pelo controle de tráfego aéreo, que conseguiu evitar o choque dos aviões. As duas aeronaves conseguiram pousar em segurança após o ocorrido.

Em nota, a Casa Militar da Governadoria afirmou que o monomotor deverá permanecer em solo até a intervenção de manutenção, já que o piloto alega que a manobra errada teria sido realizada pelo sistema de piloto automático. Uma averiguação interna do ocorrido será realizada.

Colisão entre avião da Gol e Jato Legacy

Em 29 de setembro de 2006, um Boeing 737-800 da Gol, que voava de Manaus para Brasília, foi atingido em pleno voo por um jato Legacy pilotado por Lepore e Paladino, que ia de São José dos Campos em direção a Manaus. O choque entre as duas aeronaves ocorreu por volta das 20h, a 37 mil pés de altitude, na região norte de Mato Grosso. A ponta da asa esquerda do jato Legacy colidiu com o boeing da Gol, provocando a desestabilização e a queda do avião em uma área de floresta. O jato Legacy conseguiu pousar na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará.

A conclusão das investigações foi de que os pilotos do Legacy desligaram o transponder, um aparelho obrigatório que informa a posição e altitude das aeronaves aos controladores de voo, e o TCAS, que informa ao piloto a existência de outros aviões nas proximidades.

Os norte-americanos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, que pilotavam o jato Legacy que se chocou com o boeing da Gol, foram condenados a reclusão de três anos, um mês e dez dias em regime aberto, mas ainda não foram notificados da sentença. Além dos dois pilotos, a denúncia do Ministério Público Federal pediu a condenação de quatro controladores de voo por condutas que caracterizariam atentado contra a segurança de transporte aéreo. 

Para o MPF, os controladores tinham o dever legal de tomar providências para evitar o acidente, informando sobre a falta de comunicação com o jato ao centro de controle do espaço aéreo de Manuas.  Nos meses que se seguiram ao acidente, o país enfrentou um dos piores momentos da história da aviação civil. Em um movimento para denunciar excesso de trabalho, os controladores de voo iniciaram uma operação padrão, que resultou em longos atrasos e cancelamentos de voos. Em julho de 2007, a situação foi agravada com o acidente com o avião da TAM, no aeroporto de Congonhas, que resultou na morte de 199 pessoas.

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