CORONAVÍRUS

Instituto Butantan inicia em Serrana, São Paulo, estudo sobre eficácia coletiva da vacinação

A iniciativa é coordenada pelo Instituto Butantan, centro de pesquisa e produção de vacinas vinculado ao governo de São Paulo

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AFP

Publicado em 17/02/2021 às 12:35 | Atualizado em 17/02/2021 às 13:27
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A cidade de Serrana, no interior do estado de São Paulo, iniciou nesta quarta-feira (17) a vacinação de toda sua população adulta, como parte de um estudo clínico inédito do Instituto Butantan para analisar o impacto da imunização no controle da pandemia.

O ambicioso Projeto S prevê aplicar em dois meses as duas doses da vacina CoronaVac a 30 mil dos 50 mil habitantes de Serrana. A iniciativa é coordenada pelo Instituto Butantan, centro de pesquisa e produção de vacinas vinculado ao governo de São Paulo.

Para sua execução, foram destinadas 60 mil doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, com a qual o estado iniciou sua campanha de vacinação contra a covid-19 em janeiro.

"Não se trata apenas de uma vacinação em massa. O objetivo do estudo é ver a eficácia da vacinação em uma comunidade e, assim, identificar em que medida a imunização individual tem efeito coletivo", explicou o diretor de estudos clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios.

As autoridades de saúde esperam que o estudo, no qual trabalham mais de 500 pessoas e que deve durar um ano e meio, permita identificar o fluxo da taxa de transmissão do vírus em uma população imunizada, o comportamento frente a novas variantes da covid-19, o número de pessoas que devem ser vacinadas para interromper a circulação do vírus e o impacto econômico dessa estratégia.

"É um estudo inédito no mundo", disse o governador de São Paulo, João Doria, em entrevista coletiva que antecedeu o início da vacinação esta manhã.

A cidade foi dividida em quatro setores, e a vacinação ocorrerá nas próximas oito semanas em oito escolas do município. Grávidas, lactantes, pessoas com doenças graves e menores estão excluídos do estudo.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou em entrevista coletiva que Serrana foi a escolhida para este estudo, que representa a primeira experiência de vacinação em massa no Brasil, por ser uma cidade pequena, ter uma boa estrutura hospitalar, estar perto de um centro de pesquisa e por sua alta taxa de incidência da covid-19.

Serrana registra uma taxa de 5.248 infecções por 100 mil habitantes, atualmente a maior taxa entre os municípios paulistas, segundo Covas. Desde o início da pandemia, há um ano, a cidade registrou 2.367 casos e 52 mortes. O Brasil já registra mais de 240.000 mortes e quase 10 milhões de infecções.

Em pouco mais de um mês, mais de 5,5 milhões de brasileiros (2,6% do país) foram imunizados com a CoronaVac e com a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

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