Alta na taxa de transmissão da covid-19 indica doença fora de controle no Brasil
Segundo a Imperial College, de Londres, a taxa de transmissão (Rt) passou de 1,02 e 1,03 para 1,13 (podendo variar entre 1,10 e 1,15) - o que significa dizer que 100 pessoas infectadas contaminam outras 113
A taxa de transmissão (Rt) da covid-19 no Brasil aumentou significativamente em relação às duas últimas semanas, segundo dados divulgados semanalmente pela Imperial College, de Londres. A Rt passou de 1,02 e 1,03 para 1,13 (podendo variar entre 1,10 e 1,15) - o que significa dizer que 100 pessoas infectadas contaminam outras 113.
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A taxa deve estar abaixo de 1,0 para que a pandemia seja considerada controlada. Desde dezembro, o País apresenta Rt acima de 1,0, indicando que a doença está fora de controle. De acordo com estimativas da universidade britânica, o Brasil deve registrar nesta semana até 9.500 mortes.
As maiores taxas de transmissão do Sars-CoV-2 esta semana foram registradas no Iraque (1,35), Palestina (1,26) e Bulgária (1,24) Os números mais baixos ocorreram na Suécia (0,53), na Suíça (0,56) e em Portugal (0,56).
Recorde de mortes
O Brasil registrou recorde do número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia do novo coronavírus, com 1.726 novos óbitos nesta terça-feira (2) segundo o consórcio de veículos de imprensa, totalizando 257.562 óbitos. A média móvel de mortes pela doença também bateu recorde ao somar 1.274. A sequência de balanços altos ocorre no momento em que o País enfrenta o pico da crise causada pelo coronavírus.
De acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, o número de casos confirmados chegou a 10.647.845, sendo 58.237 contabilizados nas últimas 24 horas. O balanço mais recente foi divulgado às 20h.
A média móvel de mortes, que registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana, bateu recorde pelo quarto dia consecutivo. Além disso, já são mais de 40 dias com a média acima da marca de 1 mil vítimas.
Estado mais afetado pelo vírus em números absolutos, São Paulo também bateu recorde nesta terça-feira ao somar 468 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, o Estado chegou a 60 014 óbitos e 2.054.867 casos confirmados.
Como divulgado pelo Estadão, o governo de São Paulo avalia possibilidade de colocar todo o Estado na fase vermelha, mas com escolas abertas. As novas diretrizes serão anunciadas nesta quarta-feira, 3. Entre os grandes hospitais particulares, pelo menos quatro (Einstein, Oswaldo Cruz, BP e São Camilo) afirmam que atingiram nos últimos dias 100% de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para internados com covid-19.
Segundo o governo, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 75,5% na Grande São Paulo e 74,3% no Estado. O número de pacientes internados é de 16.635, sendo 9.225 em enfermaria e 7 410 em unidades de terapia intensiva.
Ainda nesta terça-feira, o Rio Grande do Sul anunciou que ultrapassou 100% de ocupação nos leitos de UTI adulto. Já são 2 824 pacientes internados em 2.818 leitos, incluindo hospitais públicos e privados. O Estado vive o pior momento da pandemia, com todas as regiões em bandeira preta. Em Santa Catarina, desde o dia 21 de fevereiro, quando o Estado atingiu capacidade máxima de internação, foram registradas 16 mortes na fila por uma vaga de UTI.