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Morre mulher que recebeu o coração de Eloá; "muito triste", diz mãe da vítima de Lindemberg

"Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Até porque amanhã [5 de maio] minha filha Eloá faria 28 anos se estivesse viva", diz a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel

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Estadão Conteúdo

Publicado em 04/05/2021 às 17:48 | Atualizado em 04/05/2021 às 17:59
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Morreu nessa segunda-feira (4), por complicações da covid-19, Augusta Anjos, de 51 anos, que havia recebido em 2008 o transplante do coração de Eloá Cristina Pimentel. A doadora, uma jovem de 15 anos, foi mantida refém e morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes em São Paulo, em um crime que chocou o país. A mãe da vítima lamentou a notícia, dada pelas redes sociais. "Para mim foi muito triste. Minha família, meus filhos estão tristes", disse.

"Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Até porque amanhã [5 de maio] minha filha Eloá faria 28 anos se estivesse viva. Augusta era como uma filha para mim também, pois ela carregava o coração de Eloá", disse ao G1 a autônoma Ana Cristina Pimentel, de 54 anos, mãe de Eloá.

De acordo com a família da transplantada, Augusta faleceu no hospital particular onde estava internada em Paraupebas, no Pará. Ela era casada, não tinha filhos e morava em Canaã dos Carajás, interior do estado. 

"Augusta ficou maravilhosa depois que recebeu o coração de Eloá, mas essa doença [Covid] a pegou e a matou", completou Ana Cristina. "Ficamos sabendo e lamentamos o falecimento da Maria Augusta", falou à reportagem Everaldo Pereira dos Santos, 56, pai de Eloá.

Também nesta terça, foi divulgado que o ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido apresentado pela defesa de Lindemberg Alves Fernandes, condenado pelo assassinato da ex-namorada Eloá Cristina da Silva Pimentel, para cumprimento da pena em regime semiaberto.

A progressão já tinha sido negada em primeira e segunda instâncias, mas a defesa levou o caso ao STJ por ver constrangimento ilegal na exigência do chamado "Teste de Rorschach", avaliação psicológica complementar ao exame criminológico, como pré-requisito para análise do pedido.

Na decisão, o ministro observou que o exame complementar foi exigido a partir de um parecer psiquiátrico que constatou transtorno de personalidade com presença de traços narcísicos e antissociais, impulsividade elevada e pouca capacidade de afeto.

"O Teste de Rorschach busca, justamente, realizar diagnóstico sobre a personalidade do agente, indicando possíveis transtornos, neuroses e sinais ou falta de afetividade, ou seja, trata-se de exame compatível com os apontamentos realizados pelo perito-psiquiatra", diz trecho da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou o pedido em segunda instância, destacado pelo ministro.

A decisão ainda vai passar pelo crivo da Sexta Turma do tribunal, mas o julgamento ainda não tem data marcada.

O caso

A jovem Eloá Cristina, que tinha 15 anos, foi morta a tiros em outubro de 2008, após ser mantida refém no próprio apartamento em Santo André, na Grande São Paulo. Ex-namorado da estudante, Lindemberg foi condenado a 39 anos, 3 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado, pelo crime de homicídio qualificado.

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