Fiocruz aponta patamar alto de contaminação por covid-19 no Brasil
Segundo a Fiocruz, a incidência de novos casos permanece com pequenas oscilações em um patamar alto, o que demonstram que ainda é grande a transmissão da doença
Em um boletim extraordinário do Observatório Covid-19, os pesquisadores da Fiocruz apontam que o país vive uma combinação preocupante. Mesmo que tenha havido ligeira queda no número de óbitos pelo coronavírus, a incidência de novos casos permanece com pequenas oscilações em um patamar alto, o que demonstram que ainda é grande a transmissão da doença.
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Na semana passada, o País registrou em média cerca de 62 mil casos e 1,6 mil óbitos diários por covid-19. Mesmo que as mortes estejam caindo aproximadamente 1,5% ao dia, os patamares atuais ainda estão muito acima dos vistos nos piores momentos da pandemia do ano passado. O pesquisador em Saúde Pública do Observatório, Raphael Guimarães explica que como a queda ainda não se sustenta, a perspectiva para o futuro próximo é temerária, inclusive com alta no número de mortes.
Outro fator que preocupa é que vinte estados e o Distrito Federal, assim como 17 capitais, encontram-se com taxas de ocupação dos leitos de UTI iguais ou superiores a 80%, o que configura situação crítica. E em 12 unidades da federação e capitais a lotação passa dos 90%.
Para os pesquisadores, a situação demonstra a persistência de quadro grave de sobrecarga no sistema de saúde pela covid-19. Além disso, com a vacinação dos idosos e maior exposição de adultos jovens, tem havido uma mudança no perfil etário de pacientes internados, o que talvez esteja resultando em maior permanência hospitalar. As poucas quedas mais significativas na ocupação ocorreram em Rondônia, no Espírito Santo e no Mato Grosso. Mas, de acordo com pesquisador da Fiocruz, o ideal é que isso não justifique o afrouxamento das medidas de contenção.
Os especialistas da Fiocruz também sugerem a adoção imediata de medidas de mitigação, como a restrição das atividades não essenciais por pelo menos 14 dias, em locais com números mais elevados. Além disso, dizem que é preciso distribuir e fiscalizar do uso de máscaras, visando uma meta de cobertura de pelo menos 80% da população.