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Por 17 anos, cearense assumiu identidade de criança morta em Camocim para fraudar o INSS

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o homem chegou a se casar e se formar como contador com a identidade do menino. Prejuízo à Previdência passou de R$ 2 milhões

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 14/06/2021 às 13:47 | Atualizado em 14/06/2021 às 13:57
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Um cearense acusado de golpes e fraudes contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) assumiu por 17 anos a identidade de uma criança morta em um acidente em Camocim (CE). De acordo com informações da Polícia Federal (PF), o homem encontrou a sepultura do garoto Elber Fabricio Mendes, que morreu aos 10 anos de idade, e conseguiu emitir uma certidão de nascimento e outros documentos com aquele nome. O homem chegou a se casar e se formar como contador com a identidade do menino.

A PF verificou que os golpes dele iniciaram ainda 2004, quando ele utilizou documento falso para efetivar a transferência de um veículo. Descoberto por policiais, o homem forjou a própria morte e assumiu a identidade da criança morta, que, à época, teria a sua idade. O caso foi divulgado no último domingo, 13, pela TV Globo, no programa Fantástico. De acordo com as investigações, o homem chegou a fazer pelo menos outras oito identidades falsas com sua foto e nomes variados como Alessandro, Francisco, Elber e Edivaldo.

O primeiro benefício irregular por ele obtido foi a pensão de um salário mínimo mensal pela sua morte forjada. Pago de 2004 até fevereiro deste ano, os beneficiários eram a ex-mulher dele e o filho do casal. O prejuízo à Previdência só neste caso, segundo a investigação, supera o valor de R$ 156 mil.

O modus operandi do homem seguia o mesmo padrão. Ele criava pessoas fictícias e emitia documentos reais; após alguns meses de contribuição ao INSS, alegava a morte do contribuinte para que familiares, também fictícios, recebessem benefícios da Previdência. A PF descobriu que em Sobral o homem registrou pelo menos dois atestados de óbito e que, com um destes, teria recebido mais de R$ 500 mil ao longo de 14 anos de benefício.

Em 2017, na esteira da operação Viúvo Negro, a PF prendeu ele e sua atual mulher. Acusados de fraudar auxílios em um prejuízo superior a R$ 2 milhões, ambos foram condenados pela Justiça. O homem cumpriu dois anos em regime fechado, mas saiu com progressão de regime. Atualmente, ele segue foragido.

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