Agressão

Ao menos 12 babás já registraram queixa contra patroa acusada de agressão em Salvador

Sete ocorrências são apuradas na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, cinco na 9ª Delegacia da Boca do Rio

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Do jornal Correio para a Rede Nordeste

Publicado em 31/08/2021 às 21:40
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Ao menos 12 mulheres já registraram queixa contra a patroa acusada de agressão no bairro do Imbuí, em Salvador. Até a noite desta terça-feira (31), Melina Esteves França, ex-patroa da babá que pulou do terceiro andar no bairro do Imbuí, tem sete ocorrências na Delegacia Territorial (DT), de Itapuã e cinco ocorrências foram registradas na 9ª DT / Boca do Rio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil. A matéria é do jornal Correio para a Rede Nordeste.

Das sete ocorrências na DT de Itapuã, três solicitantes já foram ouvidas. A Polícia não forneceu mais informações sobre as cinco ocorrências registradas, na Boca do Rio, mas afirmou que os casos estão sendo apurados, e, a patroa da babá consta como suspeita. O Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) está supervisionando e acompanhando todos os casos.

Relembre o caso

Raiane Ribeiro trabalhava cuidando de crianças em um apartamento no Edifício Residencial Absolutto quando caiu do terceiro andar. Socorrida para o Hospital Geral do Estado, ela prestou depoimento no posto policial da unidade e disse que pulou da janela para fugir da patroa.

Segundo a funcionária, ela foi agredida e trancada em um cômodo da casa, após ter seu celular tomado pela patroa. Tudo teria começado quando ela avisou que queria deixar o emprego após uma semana de contratada.

Raiane conversou com o CORREIO na noite da ultima quarta-feira (25) e relatou os momentos traumáticos que viveu. Natural do município de Itanagra, a 120 km de Salvador, ela disse que viu o anúncio de emprego em um site e decidiu se candidatar.

Após contato com a anunciante, a babá trocou informações e após algumas chamadas de vídeo foi contratada para trabalhar. "Depois que eu vi o anúncio, entrei em contato, e o acordo era trabalhar integral e folgar a cada 15 dias", disse Raiane.

No entanto, após iniciar o trabalho, Raiane conta que recebeu nova proposta de emprego e que após comunicar à patroa, passou a ser ameaçada. "Quando eu pedi para sair do trabalho, ela respondeu: 'eu quero ver se você vai embora. Eu não sou vagabunda. Você não vai embora", lembrou a babá.

A ameaça, de acordo com Raiane, teria ocorrido na terça-feira (24). A babá teria pedido socorro à irmã, pelo telefone. A irmã de Raiane então entrou em contato com uma tia que mora em Salvador. Após o contato, um homem teria ido até o prédio onde Raiane trabalha, mas após fazer contato pelo interfone, a patroa disse que Raiane não estava no local.

Nesta quarta-feira (25), uma pessoa voltou no prédio a pedido da tia de Raiane para procurar a jovem, segundo ela, desta vez, a patroa arrancou a fiação do interfone para evitar o contato. Sem contato externo, Raiane diz que foi trancada no banheiro. Desesperada, ela tentou fugir pelo basculante.

"Ela me trancou no banheiro, ai vi o basculante e decidi fugir para alcançar a janela do apartamento do lado e lá pedir ajuda, mas aí não consegui e fiquei pendurada. Aí depois, eu caí", conta.

Ela caiu dentro de um apartamento localizado no primeiro andar e foi socorrida. Raiane fraturou o calcanhar, e levou pontos na testa, além de ter ficado com alguns hematomas no corpo. Ela teve alta no mesmo dia.

Mas o comportamento agressivo de Melina Esteves França com trabalhadores domésticas tem relatos desde 2018, pelo menos, quando ela ainda morava em Piatã. Um grupo de ex-funcionários foi à 9ª Delegacia para prestarem depoimento sobre as ameaças de cárcere e agressões físicas e verbais na última sexta-feira (27).

Até segunda (30), havia registro de 11 vítimas da mesma mulher. Pelo menos 4 no atual apartamento que a acusada mora, no bairro do Imbuí, e as outras na sua antiga residência, em Itapuã. Os casos são apurados pela Polícia Civil.

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