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Rio começa a aplicar passaporte sanitário em pontos turísticos

O documento é obrigatório nos centros esportivos, nos cinemas, teatros e casas de show, mas não é exigido em bares nem restaurantes

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AFP

Publicado em 16/09/2021 às 1:05
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O acesso aos icônicos pontos turísticos do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar e outros centros culturais e esportivos, está condicionado à apresentação de um passaporte sanitário a partir desta quarta-feira (15).

No Pão de Açúcar, a fila andava fluidamente para acessar seu popular teleférico. A maioria dos visitantes já tinha em mãos sua carteira de vacinação contra o coronavírus ou em seu celular um certificado de imunização, observou um repórter da AFP-TV.

O passaporte sanitário deveria ter entrado em vigor em 1º de setembro, mas o prefeito da cidade, Eduardo Paes, adiou por 15 dias até que fossem resolvidos os problemas técnicos no aplicativo para emitir o certificado.

O documento é obrigatório nos centros esportivos, muito frequentados pelos cariocas, nos cinemas, teatros e casas de show, mas não é exigido em bares nem restaurantes. Os certificados emitidos no exterior também são aceitos.

"Me parece muito excelente, porque assim se garante que todas as pessoas que compartilham uma área turística estão vacinadas", disse à AFP Rodrigo Campos, um turista chileno de 38 anos que visitou o Pão de Açúcar.

"É uma boa estratégia, no Chile funcionou. As pessoas começaram a se vacinar quando pediram o comprovante" sanitário, acrescentou.

Paes disse na terça-feira (14) que o "passaporte" é "importante para que a cidade possa voltar ao normal".

"Devemos criar dificuldades para os que não querem se vacinar", afirmou em agosto.

O passaporte sanitário entrou em vigor em 1º de setembro em São Paulo, a maior cidade do país e uma das que teve maior incidência de casos e mortes, assim como o Rio.

"Não adianta obrigar as pessoas, elas precisam ter compreensão, o cidadão tem que entender seu papel junto à sociedade", avaliou Hélio Gomes, um professor de 51 anos que visitava o Pão de Açúcar.

Nesta quarta-feira à noite, o estádio do Maracanã deve receber cerca de 20.000 torcedores para a partida das quartas de final da Copa do Brasil, entre Flamengo e Grêmio, em um "evento teste" que busca avaliar a possibilidade de retorno do público aos estabelecimentos esportivos.

Todos os espectadores deverão apresentar o certificado de vacinação para comprar os ingressos.

O evento ficou em suspenso até horas antes do apito inicial porque o Grêmio apresentou um recurso em que argumenta que isso violaria a igualdade esportiva: na partida de ida em Porto Alegre, o clube jogou a portas fechadas (derrotado por 4-0).

Mas o Tribunal de Justiça Desportiva indeferiu o pedido por ter sido apresentado menos de 48 horas antes do jogo, o que poderia ter afetado quem comprou ingressos e seguiu os protocolos de saúde.

Proibir a entrada de torcedores "pode gerar um tumulto de terríveis proporções no estádio ou em seus arredores", diz a nota judicial.

O Rio registra cerca de 30.000 mortes por covid-19, com uma taxa de mortalidade muito alta, de 439 por 100.000 habitantes, muito acima da média nacional (280).

Com 580.000 mortes, o Brasil é o segundo país que perdeu mais vidas pela pandemia, superado apenas pelos Estados Unidos.

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