CRIME
Piloto de helicóptero é rendido no Rio e entra em luta corporal em pleno voo
Os criminosos queriam que ele sobrevoasse o Complexo de Presídios de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio
O piloto de helicóptero Adonis Lopes foi rendido por dois homens e entrou em luta corporal em pleno voo durante uma viagem entre Angra dos Reis e o Rio, na tarde do domingo, 19. Os criminosos queriam que ele sobrevoasse o Complexo de Presídios de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.
Lopes chegou a fazer uma manobra de emergência sobre um Batalhão da Polícia Militar. Com medo que a aeronave caísse, os suspeitos acabaram desistindo do sequestro.
Segundo a Polícia Civil, a dupla havia contratado um voo do Rio para Angra dos Reis pela manhã, com retorno para a capital previsto para acontecer nesta segunda. No fim da tarde, contudo, os passageiros anteciparam a volta. O piloto que fizera o voo de ida não se sentia bem, e pediu que a viagem de retorno fosse feita pelo colega.
Adonis, que o substituiu, é piloto da própria Polícia Civil, mas fez o voo em aeronave particular. De acordo com a polícia, logo após a decolagem ele foi rendido e avisado que deveria ir para o presídio de Bangu.
"Durante o trajeto, o piloto realizou uma manobra para pousar em um batalhão da Polícia Militar. Ao perceber a manobra, os marginais agarraram o piloto, que entrou em luta corporal com os criminosos", narrou a corporação. "Após alguns segundos, percebendo que o helicóptero cairia, deixaram o piloto voltar a conduzir a aeronave. Os bandidos desistiram do plano e mandaram seguir para Niterói, onde pularam do helicóptero em uma área de mata."
Após a fuga, o piloto pousou a aeronave no Grupamento de Aeromóvel da Polícia Militar, também em Niterói. Os policiais fizeram buscas pela região, mas não encontraram os suspeitos.
O caso foi registrado na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).
Fuga de 'Escadinha', em 1985, também usou helicóptero
Em 31 de dezembro de 1985, um helicóptero alugado e depois sequestrado foi usado para a fuga do traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, que cumpria pena no Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, no litoral fluminense.
O aparelho recolheu o criminoso fora do presídio e o levou para o continente, em plano arquitetado por outro dos chefes do bando, José Carlos Gregório, conhecido como Gordo. Um dos chefes da Falange Vermelha, que originou o Comando Vermelho, Escadinha foi morto em 2004.
Outro helicóptero também alugado e sequestrado foi usado dois anos depois, em 30 de agosto de 1987, para tentar resgatar detentos do presídio Milton Dias Moreira, que ficava na rua Frei Caneca, no Estácio, na capital fluminense.
Quatro presos estavam no telhado de um dos prédios da unidade, para tentar embarcar. A aeronave foi alvejada por guardas. bateu em uma caixa d'água, caiu e explodiu. Dois presos morreram.