CRIME

Delegada ficou em choque após ser vítima de racismo em loja de shopping em Fortaleza

O gerente da loja Zara, no shopping Iguatemi, colocou a mulher para fora do estabelecimento alegando "questões de segurança" e quando ela voltou com o chefe da segurança do shopping, ele disse que "não tinha preconceito"

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 20/09/2021 às 18:15 | Atualizado em 20/09/2021 às 18:21
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A delegada Ana Paula Barroso, diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Ceará, foi alvo de crime de racismo na loja Zara, localizada no shopping Iguatemi, em Fortaleza. Após ser barrada ao tentar entrar na loja no domingo (19) , ela ficou consternada, em estado de choque e chorosa. A descrição sobre o estado da delegada e a ocorrência foi feita pela delegada responsável pelo inquérito policial, Ana Claudia Nery da Silva. A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.

A vítima entrou na loja Zara com uma sacola de outra loja e tomava sorvete quando foi abordada pelo gerente do estabelecimento, que tentou afastá-la justificando que seria uma norma de segurança. A delegada Ana Paula então perguntou se era pelo sorvete. Em seguida, ela questionou um segurança do shopping sobre o ocorrido e ele acionou o chefe de segurança do local, que a reconheceu como delegada.

Neste momento, a vítima adentrou na loja com o chefe da segurança, que indagou o funcionário sobre o que havia acontecido. "Ele foi logo dizendo que não tinha preconceito e que tinha amigos negros, gays e lésbicas", conta a delegada Ana Claudia. Para a profissional, a fala só reafirma o preconceito.

Boletim de Ocorrência

A vítima fez o Boletim de Ocorrência Eletrônico (B.O) e a Polícia Civil pediu as imagens internas do shopping. O estabelecimento cedeu, mas a loja Zara não. A delegada Ana Claudia disse que enviou um ofício, mas não receberam resposta. Então, a Polícia Civil pediu o mandado de busca e apreensão, que foi concedido pela Justiça e cumprido nessa segunda-feira (20).

A delegada relata que a movimentação em torno do caso foi possível, não por Ana Paula Barroso ser delegada, mas por ela conhecer as ferramentas para denúncia. No momento do crime, a delegada poderia ter dado voz de prisão ao funcionário, mas ela ficou em estado de choque, chorosa e consternada pelo que houve.

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