JULGAMENTO

Último acusado por assassinato da travesti Dandara dos Santos é condenado

os oito acusados pelo assassinato de Dandara foram sentenciados à prisão, com penas individualizadas, variando entre 14 e 21 anos de reclusão

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 17/11/2021 às 23:28
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Nesta quinta-feira (17), o último acusado de participar da morte da travesti Dandara dos Santos foi condenado a 16 anos de reclusão por homicídio com qualificadoras de motivo torpe, vingança e emprego de recursos que impossibilitaram a defesa da vítima. A decisão foi tomada pela Justiça cearense contra Francisco Wellington Teles, de 53 anos, por meio do Tribunal da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza. A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.

Todos os oito acusados pelo assassinato de Dandara foram sentenciados à prisão, com exceção de Jonatha Wilyan Sousa da Silva, que faleceu antes do julgamento. Os demais obtiveram pena individualizada, variando entre 14 e 21 anos de reclusão. Seis deles foram condenados um ano após o crime.

Em 2018, quando houve a condenação dos demais acusados, Wellington estava foragido. Ele foi capturado pela polícia em 15 de março de 2019, no bairro Nova, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O homem, reagiu à prisão. Conforme as investigações, ele levou a vítima fatal ao local do crime.

Relembre o caso

No dia 15 de fevereiro de 2017, Dandara dos Santos foi espancada até a morte por pelo menos dez pessoas, entre adolescentes e adultos. Ao todo, doze pessoas teriam participado do crime: sete adultos e cinco adolescentes.

A vítima foi humilhada, violentada física e psicologicamente. As cenas fatais de sua tortura foram filmadas e publicadas nas redes sociais. O vídeo, que mostrava Dandara sendo erguida pelos agressores e colocada em uma carrinho de mão, viralizou.

A gravação foi divulgada pelos próprios acusados do crime e deu ao caso visibilidade nacional e internacional, chocando pessoas pela crueldade com que trataram a vítima.

As cenas de tortura aconteceram na rua em plena luz do dia, sem que houvesse demonstração de remorso por parte dos envolvidos.

Segundo os acusados, havia a teoria de que Dandara teria sido flagrada cometendo um furto no local e que, por isso, havia sido alvo de linchamento. Nenhum dos envolvidos admitiu que tinham intenção de matá-la.

Devido ao caso, o Ceará foi o primeiro estado do Brasil a homegear a uma travesti com nome de rua. Situada no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, a rua Dandara Ketteley foi idealizada pela inspetora da Polícia Civil e amiga de infância da Dandara, Vitória Holanda. “Foi para combater esse pensamento preconceituoso, mentiroso e agressivo das pessoas quando falam da Dandara”, frisou Vitória, que também escreveu o livro “Casulo Dandara”, onde conta a história da amiga.

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