HOMOFOBIA

'Dia do Orgulho Hétero' é aprovado em 1º turno em Cuiabá; segunda votação ocorre em fevereiro

O PL tem a autoria do vereador Tenente Coronel Marcos Paccola (Cidadania) e teve 15 votos a favor no primeiro turno

Imagem do autor
Cadastrado por

Bruno Vinicius

Publicado em 24/12/2021 às 10:44 | Atualizado em 24/12/2021 às 11:01
Notícia
X

A votação do segundo turno de um Projeto de Lei que estipula o Dia do Orgulho Hétero em Cuiabá foi adiado para fevereiro de 2022. O PL tem a autoria do vereador Tenente Coronel Marcos Paccola (Cidadania) e teve 15 votos a favor no primeiro turno, tendo apenas um único voto contra, da vereadora Edna Sampaio (PT), na Câmara de Vereadores da cidade.

Segundo reportagem do jornal O Globo, o vereador argumenta que a lei foi baseada a partir do filho e os sobrinhos contarem que teriam que "beijar meninos e meninas" para participar de alguns grupos da escola. Ele ainda afirma que a militância LGBTQIA+ "estimula jovens a terem comportamento bissexual" e que isso vai contra "modelo conservador de família que está escrito na bíblia".

O autor da proposta usou seu Instagram para publicar um vídeo em que argumenta sobre a lei que há uma imposição sobre sexualidade. "Você pode ter orgulho de ser lésbica, pode ter orgulho de ser gay, mas não pode ter orgulho de ser hétero. É assim que eles estão tentando fazer com que a imposição chegue em nossos filhos", afirmou.

Na publicação, ele ainda diz que "eu não tenho nada contra, muito pelo contrário, tenho amigos, pessoas do meu convívio direto que são homossexuais. Mas não vejo o motivo pelo qual nós somos atacados ao ponto de estarmos ouvindo de crianças que eles não podem declarar o seu orgulho de ser heterossexual. Então vejo que esse parlamento tem sim que demonstrar pra todos que o respeito à liberdade e à opção sexual é a todo tipo de opção, inclusive a opção de ser heterossexual", argumenta.

Reação do único voto contra

Edna Sampaio (PT), a única vereadora que se opôs ao projeto, tem usado suas redes para alertar em torno dele. "Quem sofre violência com sua orientação sexual? É a pessoa heterossexual? Quem é expulso da casa quando os pais e a família descobrem a sua orientação sexual? Quem pode ser abordado por violência na rua e até morto se encontrar alguém que odeia pessoas LGBTQIA+? Não são os héteros, gente", disse em um vídeo.

"Nossa sociedade é uma sociedade violenta contra as pessoas LGBTQIA+ que, aliás, esse crime já está inscrito nas nossas leis. Mesmo assim, aqui na Câmara Municipal nós tivemos a capacidade de aprovar agora no final do ano um Dia do Orgulho Hétero, daqueles que deveriam ter responsabilidade sobre os corpos que são vitimados por serem LGBTQIA+", complementou a vereadora.

Marcado para o terceiro domingo de dezembro, o "Dia do Orgulho Hétero" dá uma garantia que todo cidadão cuiabense sinta "orgulho em ser heterossexual", afirma o vereador.

Tags

Autor