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Com pouca esperança, bombeiros buscam sobreviventes de deslizamento na Grande São Paulo

Dezenas de bombeiros buscavam nesta segunda-feira (31), com a ajuda de voluntários, sobreviventes de um deslizamento de terra que matou pelo menos oito pessoas

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AFP

Publicado em 31/01/2022 às 22:28 | Atualizado em 31/01/2022 às 22:30
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Com lama até os joelhos e pouca esperança, dezenas de bombeiros buscavam nesta segunda-feira (31), com a ajuda de voluntários, sobreviventes de um deslizamento de terra que matou pelo menos oito pessoas na Grande São Paulo, causado pelas fortes chuvas.

No total, o Corpo de Bombeiros registrou 24 mortos no estado de São Paulo, entre eles oito crianças, como consequência das fortes precipitações que começaram na sexta-feira.

Ao contrário do que ocorreu ontem em Franco da Rocha, o município da região metropolitana onde ocorreu a tragédia, os socorristas já não conseguiam ouvir os pedidos de ajuda dos sobreviventes enterrados sob a lama e os escombros.

FILIPE ARAUJO / AFP
Buscas por vítimas da chuva em Franco da Rocha - FILIPE ARAUJO / AFP
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Buscas por vítimas da chuva em Franco da Rocha - FILIPE ARAUJO / AFP
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Buscas por vítimas da chuva em Franco da Rocha - FILIPE ARAUJO / AFP
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Buscas por vítimas da chuva em Franco da Rocha - FILIPE ARAUJO / AFP
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Buscas por vítimas da chuva em Franco da Rocha - FILIPE ARAUJO / AFP

Contudo, ainda mantinham alguma esperança de encontrar desaparecidos.

"Já foram retiradas 13 pessoas. Infelizmente somente cinco com vida. Estamos dando andamento às operações até retirarmos todas as possíveis vítimas", disse à AFP o coronel dos bombeiros Alessandro da Silva.

As imagens são impactantes. Na encosta de uma colina, a avalanche de terra criou um enorme sumidouro e devastou tudo em seu caminho. Dos dois lados da cratera, há casas totalmente destruídas ou à beira do colapso.

Mais adiante, outras residências estão muito próximas do abismo e podem despencar. O chão está repleto de tijolos, ferros retorcidos e pedaços do que foram paredes no passado.

Uma equipe dos bombeiros escavava em busca de vítimas no meio do despenhadeiro, prosseguindo com seu trabalho minucioso, apesar de a esperança de encontrar alguém com vida se esvair com o passar do tempo.

Em volta dos oficiais, dezenas de voluntários formam uma longa corrente para passar baldes cheios de barro e ajudar os bombeiros a remover a lama.

"Perto da casa do meu vizinho, em um barranco, atrás de um muro, tem três corpos. Podemos ver um pai e seu filho abraçados. Vamos ter que quebrar o muro para tirar eles de lá", contou Julio Bezerra da Silva, morador de 57 anos do Parque Paulista, local onde ocorreu o desastre.

Temporada de chuvas mortal

A maioria dos deslizamentos de terra que resultam em mortes no Brasil ocorre em áreas consideradas de risco, com residências construídas de maneira precária e em encostas de morros, como em Franco da Rocha.

"Eles [os bombeiros] estão desconfiados que tem gente ali... Deus ajude que estejam vivos. Ontem alguém estava pedindo socorro, hoje já não está mais. Estão tentando tirar o corpo de lá. Com vida ou sem vida", lamentou Bezerra da Silva.

O governador de São Paulo, João Doria, destinou 15 milhões de reais para ajudar os dez municípios mais atingidos no estado. Mais de 1.500 famílias tiveram que deixar suas casas por consequência das fortes chuvas, informou o governo estadual.

Desde o início da temporada de chuvas em outubro, diversos estados brasileiros vêm sendo atingidos por fortes precipitações, especialmente a Bahia, onde morreram 24 pessoas, e Minas Gerais, onde houve ao menos 19 óbitos e milhares de desalojados.

Segundo os especialistas, estas chuvas torrenciais são decorrentes, entre outras coisas, do fenômeno meteorológico La Niña, que consiste no esfriamento das águas do Pacífico, o que provoca mais chuva que o habitual em certas regiões do planeta, e secas terríveis em outras.

Além disso, e de maneira geral, os cientistas afirmam que os fenômenos extremos estão aumentando devido à crise climática.

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